“Nesta 29ª fase da Lava Jato, surgiram elementos probatórios que apontam a sua participação também no esquema criminoso no âmbito da Petrobrás. De acordo com as investigações atuais, foram descobertos indícios que apontam que ele continuou envolvido em esquemas criminosos. O acusado teria continuado a receber repasses mensais de propinas, mesmo durante o julgamento do Mensalão e, após ter sido condenado, repasses que ocorreram pelo menos até o ano de 2013”, esclarece nota da PF.
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Em entrevista coletiva para apresentar a 29ª fase, em Curitiba, os delegados Igor Romário de Paula e Luciano Gomes de Lima da PF explicaram que Genu e o sócio Lucas Amorim receberam, por meio de empresas, mais de R$ 7 milhões “sem qualquer justificativa ou identificação de origem”. Deste total, R$ 2 milhões referentes a propinas. Luciano Flores enfatizou que Lucas Amorim e Genu recebiam os valores em espécie, ora das mãos do doleiro Alberto Youssef, ora das mãos de empregados de Carlos Chater, dono do posto de combustível da Torre em Brasília. “Vários colaboradores disseram isso. Temos várias provas”, disse o delegado.
Os investigadores disseram que, do total de propina recebida, 5% ficavam para Genu e outros 5% para Youssef. Parlamentares do PP, ligados ao esquema, dividiam 30% da propina. Isso resultava, de acordo com Luciano, em valores que variavam entre R$ 30 mil e R$ 300 mil para cada um dos parlamentares.
De acordo com a decisão do juiz federal Sergio Moro, “João Cláudio de Carvalho Genu teria recebido propinas e participado de forma relevante no esquema criminoso da Petrobras ao mesmo tempo em que estava sendo processado criminalmente perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal por crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro no âmbito da Ação Penal 470”.
Mensalão
PublicidadeA 29ª fase da Lava Jato foi batizada de Repescagem porque o principal investigado já foi condenado na ação do mensalão. Genu foi, juntamente com Janene, denunciado ao Supremo Tribunal Federal acusado de sacar cerca de R$ 1,1 milhão em espécie das contas da empresa SMP&B Comunicação, controlada por Marcos Valério Fernandes de Souza, para repassar a parlamentares federais do Partido Progressista.
À época, Genu foi condenado pelo STF por corrupção e lavagem de dinheiro, mas houve prescrição quanto ao crime de corrupção e, quanto ao crime de lavagem de dinheiro, ele foi posteriormente absolvido no julgamento de vários embargos infringentes. De acordo com a Polícia Federal, durante as investigações da Lava Jato, surgiram indícios da participação de Genu também no esquema de corrupção envolvendo contratos com a Petrobras. As investigações indicam que ele continuou recebendo repasses mensais de propina, mesmo durante o julgamento do mensalão e após ter sido condenado. Os repasses ocorreream, no mínimo, até 2013.
“Já é possível fazer paralelo entre o mensalão e a Lava Jato com nitidez mais aprofundada neste momento. No mensalão, Genu foi condenado por ter sacado R$ 1,4 milhão. Na Lava Jato, temos mais de R$ 2 milhões de pagamentos comprovados de propina”, destacou Luciano, investigador da PF.
* Com informações da Agência Brasil
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