A primeira pauta do Senado na volta aos trabalhos em fevereiro de 2017 será a eleição da Mesa Diretora da Casa. As articulações têm envolvido principalmente a cúpula do PMDB, inclusive o presidente Michel Temer. O atual presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL) quer um aliado ocupando a cadeira. Também peemdebista, mas tentando descolar sua imagem do cacique alagoano, Eunício de Oliveira (CE) conversa com outros partidos como PT e PSDB para reforçar seu nome para a disputa interna.
Atual líder da bancada do PMDB no Senado, Eunício de Oliveira aposta na conciliação entre os três poderes para angariar o apoio dos colegas. Ao contrário de Renan, que concentrou os esforços no fim de seu mandato para aprovar o projeto que regulamenta o abuso de autoridade, Eunício aposta em discutir projetos como o fim do foro privilegiado. Atualmente, a proposta de autoria do senador Álvaro Dias (PV-PR) teve parecer favorável de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e está parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
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Eunício aposta em uma dobradinha com Raimundo Lira (PMDB-PB) como líder da bancada. Lira ganhou notoriedade como presidente da comissão do impeachment – que culminou com a saída da então presidente Dilma Rousseff do Palácio do Planalto. No PMDB, a cadeira da liderança também é preterida pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Para se eleger presidente do Senado, Eunício precisa do voto de 41 dos 80 colegas.
No acordo costurado por Eunício nos últimos dias de 2016, o PSDB ficaria com a vice-presidência e o PT com a primeira secretaria. O nome tucano para a vaga seria o do líder Paulo Bauer (SC). Já o PT pretende indicar José Pimentel (CE). A oposição, porém, não descarta lançar um candidato alternativo, que seria Roberto Requião (PMDB-PR).
Era Renan Calheiros
Com seu mandato chegando ao fim, mas ainda com desejo de poder, Renan Calheiros quer emplacar o senador Romero Jucá (PMDB-RR) no comando do Senado. Para manter o controle da Casa, Renan seria líder do PMDB ou presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Na Casa, porém, há o temor de a queda de braço entre o Legislativo, o Ministério Público e o Judiciário ganhar ainda mais força com a vitória de Renan Calheiros.
PublicidadeTanto Renan, quanto Eunício conversam com o presidente Michel Temer sobre os prováveis cenários para o Senado nos próximos dois anos. Os três são citados na Operação Lava Jato. A chefia de um Poder para Eunício, ou para Jucá, como quer Renan, daria mais força à defesa de ambos contra as acusações de envolvimento em corrupção na Petrobras. Ainda que haja disputa, sabe-se que o PMDB sempre se acerta e que a Mesa Diretora deve ser negociada antes da votação em Plenário.