Reportagem da Folha de S. Paulo desta quarta-feira (17) mostra que as estatais federais aumentaram em 65% seus gastos com publicidade entre 2000 e 2013, já descontada a inflação. Foram mais de R$ 16 bilhões investidos em propaganda no período. Desse total, 86% saíram da Petrobras, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Só no ano passado, as estatais desembolsaram R$ 1,48 bilhão com esse tipo de despesa. Esse valor corresponde a 64% dos R$ 2,3 bilhões despendidos pelo governo federal, informa a Folha. Os demais R$ 800 milhões foram destinados a empresas de comunicação pela Presidência da República e pelos ministérios.
Segundo a reportagem, os principais destinatários dos recursos foram os maiores grupos de comunicação do país. Sites e blogs apontados pela oposição como aliados do governo também foram contemplados. A Folha também identifica uma pulverização dos recursos: o número de empresas que receberam publicidade das estatais controladas pelo governo federal saltou de 4.398, em 2010, para 10.817, em 2013.
No topo da lista, destaca a reportagem, aparece a Rádio Globo de São Paulo, que recebeu R$ 4,2 bilhões em 2014. Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, a maior parte desse valor bancou anúncios veiculados pela TV Globo. A TV Record (R$ 1,3 bilhão), o SBT (R$ 1,2 bilhão) e a TV Bandeirantes (R$ 1 bilhão) vêm na sequência. O Grupo Abril, que edita a revista Veja, recebeu R$ 298 milhões. A Folha, com R$ 206 milhões, e o jornal O Estado de S. Paulo, com R$ 188 milhões, aparecem no 11º e no 12º lugar, respectivamente, no ranking dos maiores beneficiários.
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Esta é a primeira vez que esses dados são tornados públicos pelo governo. A liberação das informações foi determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), após ação movida pela Folha e pelo jornalista Fernando Rodrigues, do UOL.
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