Estamos numa situação difícil e delicada. Isso parece que não vai acabar bem.
A derruba do governo Allende no Chile começou com uma greve de caminhoneiros. A confusão é tamanha no Brasil, e o vácuo de liderança deixado pela crise política crônica é tal, que é difícil saber quem comanda o movimento, quem ganha e quem perde, o que está exatamente por trás, já que é uma mistura de muita coisa.
Legítimas reivindicações de caminhoneiros, interesses empresariais, especulação comercial, oportunismos políticos de setores radicais à direita e à esquerda, equívocos governamentais, inércia do Congresso. Só há um refúgio seguro: o diálogo, o bom senso de parte a parte, a generosidade para que quem quer que seja não tente capitalizar uma situação tão grave.
A população difusamente está apoiando, sem perceber que poderá pagar uma conta injusta. Mais pelo esgotamento da paciência com a crise multifacetada por que passa o Brasil e o desalento com nosso sistema político.
Os caminhoneiros estão sendo mensageiros dessa radical insatisfação. A democracia é a única porta para o futuro. Estamos brincando com fogo. A responsabilidade por gerar soluções é de todos nós. Mãos à obra.
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