O ex-presidente da UTC Ricardo Pessoa disse, em sua delação premiada, que pagou R$ 1 milhão para o Tribunal de Contas da União (TCU) liberar a licitação da usina nuclear Angra 3. Ele contou também que pagava R$ 50 mil mensais ao advogado Tiago Cedraz, filho do atual presidente do TCU, Aroldo Cedraz, em troca de informações privilegiadas. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O delator afirmou que, após ter suas pretensões atendidas no tribunal, o consórcio do qual a UTC, a Camargo Corrêa, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez faziam parte foi contratado pela Eletronuclear para fazer a montagem da usina atômica. A obra tem custo total de R$ 3,2 bilhões. O caso foi relatado no TCU pelo ministro Raimundo Carreiro, atual vice-presidente do tribunal de contas.
Segundo Pessoa, o TCU apontou inicialmente uma série de problemas, como sobrepreço de R$ 314 milhões em relação ao orçamento e “limitada competitividade”. De acordo com o empresário, Tiago lhe disse que precisaria de R$ 1 milhão para liberar a licitação.
Na decisão final, o ministro relator mudou seu entendimento inicial, que era pela suspensão do procedimento, e liberou o processo licitatório. Carreiro afirmou à Folha que jamais recebeu a quantia e nunca conversou com o filho de seu colega sobre o assunto. Já Tiago Cedraz declarou que vai processar Ricardo Pessoa pela acusação.
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