Um grupos de deputados e vereadores reagiu à ideia de apoiadores de Lula em pedir ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), autorização formal para incorporar o nome do petista em seus registros parlamentares, inclusive no painel eletrônico do plenário. Como este site mostrou ontem (terça, 10), o líder do PT na Casa, Paulo Pimenta (RS), enviou ofício a Maia para que o nome “Lula” fosse incorporado ao seu, em demonstração de solidariedade ao ex-presidente. Hoje (quarta, 11) foi a vez de Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) repetir o procedimento, mas pedindo que a seu nome seja adicionado o sobrenome do juiz Sérgio Moro, que condenou Lula à prisão.
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“Informo, para as devidas alterações funcionais, que passarei a utilizar o nome parlamentar de Sóstenes Moro Cavalcante, em substituição ao atual Sóstenes Cavalcante. Sendo o momento, e certo de poder contar com sua valiosa colaboração, encaminho meus protestos de elevada estima e consideração”, diz o ofício enviado por Sóstenes à Secretaria-Geral da Mesa nesta quarta-feira (11).
A resposta de Sóstenes reverberou entre os que defendem a prisão de Lula. Na sessão plenária da Câmara nesta quarta-feira (11), deputados como Alberto Fraga (DEM-DF) e Laerte Bessa (PR-DF) se manifestaram ao microfone pedindo a inclusão de “Moro” em seus nomes. Membros da chamada “bancada da bala”, que defende interesse da indústria das armas e causas como a redução da maioridade penal.
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No Senado, nomes como o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), e a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann (PR), também encaminharam ofício para colocar Lula no nome parlamentar. A resposta foi rápida também na Alta Casa, onde José Medeiros (Pode-MT) subiu há pouco à tribuna para anunciar. “Se é para ficar entre o presidiário e o juiz, eu fico com o juiz. Então, enviei o ofício à Mesa e vou me chamar José Moro Medeiros”, discursou o senador.
A onda chegou às câmaras de vereadores. Em São Paulo, por exemplo, “Moro” também aumentou o nome do vereador Fernando Holiday (DEM), que se elegeu depois de ganhar notoriedade como integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) e manifestante pró-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Mas foi da Câmara Municipal de Porto Alegre que partiu a inovação. Formalmente, o vereador Felipe Camozzato (Novo) pediu a inclusão do termo “Lava Jato”, operação que levou Lula à cadeia, em seu nome oficial. No requerimento, Felipe é sucinto: “Dirijo-me a Vossa Excelência para solicitar providências no sentido de que seja efetuada a substituição do meu nome parlamentar de Vereador Felipe Camozzato para Vereador Felipe Lava Jato”, diz o ofício encaminhado ao presidente daquela Casa legislativa, Valter Nagelstein (PMDB).
Veja o ofício formalizado por Felipe Camozzato:
Até o sobrenome do deputado Jair Bolsonaro (RJ), presidenciável do PSL, foi aventado como nome a ser incluído por correligionários. Mas há quem reclame da iniciativa. Dirigindo-se a Rodrigo Maia, o deputado Daniel Coelho (PE) criticou quem resolveu trocar de nome. “Isso deprecia a imagem do Parlamento”, declarou Daniel, para quem há limites para manifestações de apoio a correligionários.
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