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Nos últimos dias, diversos registros sobre declarações de Lula têm ganhado espaço no noticiário – para os senadores petistas, em uma “campanha pequena e sórdida de desconstrução de uma imagem que representa o que o Brasil tem de melhor: sua gente”. No mais recente relato pela imprensa, Lula disse que o PT “perdeu a utopia” e precisa passar por uma revolução. Em uma autocrítica, o próprio ex-presidente se disse no “volume morto” e situou o PT abaixo disso, em metáfora sobre a crise hídrica em São Paulo.
A nota de solidariedade foi lida no Plenário do Senado pelo vice-presidente da Casa, Jorge Viana (PT-AC), com a assinatura de vários senadores petistas e o aval do líder da bancada, Humberto Costa (PE), que não está em Brasília. No texto, o recado às oposições é claro, mas sem menção a partidos ou figuras como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado por Dilma em 2014 e eventual adversário de Lula nas eleições de 2018.
“Lula é uma afronta às elites que sempre apostaram num Brasil para poucos, num Brasil de exclusão e de desigualdades. […] No Brasil, entretanto, há hoje uma sórdida campanha de deslegitimação dessa grande liderança. Uma campanha que dispensa argumentos racionais. Uma campanha baseada apenas no ódio espesso dos ressentidos. Entendemos perfeitamente que alguns tenham medo de serem derrotados de novo por Lula em 2018. Mas esse medo não pode dar vazão a atitudes pouco republicanas e francamente antidemocráticas”, diz trecho da nota.
No meio político, as recentes críticas de Lula ao PT e ao governo Dilma são uma reação do ex-presidente às tentativas da oposição em colocá-lo no centro das investigações da Operação Lava Jato, devido ao relacionamento do petista com donos das maiores empreiteiras do país. Como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, cujos presidentes foram presos na última sexta-feira (19). A avaliação é que Lula, vendo que o Planalto tenta se descolar da acusações de corrupção ocorridas na sua gestão, reage à estratégia como maneira de se fortalecer para 2018, em movimento apoiado pelos senadores.
Confira a nota da bancada do PT:
“Nota de Solidariedade ao Presidente Lula
Luiz Inácio Lula da Silva, nosso querido Lula, é uma das raras e fantásticas lideranças que conseguem transcender os limites de sua origem social, de sua cultura e do seu tempo histórico. Ele figura no rol escasso dos líderes que rompem os limites, mudam a realidade, fazem a diferença na vida das pessoas, fazem História.
Lula se fez contra os terríveis limites históricos, econômicos, sociais e políticos que lhe foram impostos. É aquela criança pobre do sertão nordestino que deveria ter morrido antes dos cinco anos, mas que sobreviveu. É aquele miserável retirante que veio para São Paulo buscar, contra todas as probabilidades, emprego e melhores condições de vida, e conseguiu.
Lula é aquele candidato que não deveria ter vencido as eleições, mas venceu.
Lula é aquele eleito que não deveria ter tomado posse, mas tomou. Lula é aquele presidente que devia ter fracassado, mas teve êxito extraordinário.
Lula é uma afronta às elites que sempre apostaram num Brasil para poucos, num Brasil de exclusão e de desigualdades. Lula é, sobretudo, esse fantástico novo Brasil que ele próprio ajudou a construir. O Brasil para todos os brasileiros. O Brasil da inclusão, da igualdade e da solidariedade.
No cenário mundial, ninguém põe em dúvida a liderança de Lula como exemplo no combate à pobreza, à fome e às desigualdades. Lula é, de fato, o grande inspirador internacional das atuais políticas de inclusão social, reconhecido por inúmeros governos de diferentes matizes políticos e ideológicos.
Lula é o rosto do Brasil no mundo.
No Brasil, entretanto, há hoje uma sórdida campanha de deslegitimação dessa grande liderança. Uma campanha que dispensa argumentos racionais. Uma campanha baseada apenas no ódio espesso dos ressentidos.
Entendemos perfeitamente que alguns tenham medo de serem derrotados de novo por Lula em 2018. Mas esse medo não pode dar vazão a atitudes pouco republicanas e francamente antidemocráticas.
Tentam transformar suas virtudes em vícios e suas ações pelo Brasil em crimes. Insinuam de forma leviana, acusam sem provas, distorcem, mentem e insultam. No vale-tudo contra Lula, vale até mesmo usar o recurso torpe de expor seu defeito físico, o que revela incurável defeito de caráter.
Falta, sobretudo, respeito ao presidente mais bem avaliado da história do Brasil. Desrespeitar Lula é desrespeitar o povo brasileiro, pois sua ascensão pessoal se confunde com a ascensão social e política da nossa população antes excluída.
Tentam fazer hoje contra Lula o que fizeram contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Usam cínica e seletivamente da imprescindível luta contra a corrupção para tentar destruir um projeto nacional e popular que elevou o Brasil e o seu povo. Um projeto que propicia o efetivo combate aos desvios e que vem livrando o Brasil da grande corrupção da miséria e das desigualdades.
A bancada do PT no Senado manifesta sua total e irrestrita solidariedade ao grande presidente Lula, vítima de campanha pequena e sórdida de desconstrução de uma imagem que representa o que o Brasil tem de melhor: sua gente.
A bancada também entende que Lula está muito acima dessa mesquinhez eleitoreira. Lula não será apequenado pelos que se movem por interesses menores e pelo ódio. Lula é tão grande quanto o Brasil que ele ajudou tanto a construir. Lula carrega em si a solidariedade, a generosidade e a beleza do povo brasileiro.
Para esse povo e por esse povo, Lula fez, faz e fará História.”