Apesar dos sinais de que as relações entre Dilma e seu partido não andam muito bem, a presidente exaltou na carta as conquistas sociais alcançadas pela gestão petista. “Colocamos, no centro das atenções do Estado brasileiro, pessoas e segmentos sociais até então invisíveis e excluídos. Uma revolução pacífica e democrática, sem paralelo em nossa história, e da qual devemos ter muito orgulho!”, escreveu Dilma.
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No entanto, a presidente admite que “vivemos tempos difíceis”, e faz menção a ataques que tanto Lula, quanto o próprio PT e o seu governo vêm sofrendo. Dilma disse ser “solidária” ao ex-presidente: “O presidente Lula é um patrimônio político do nosso país e do mundo, que vem sendo duramente atacado, de forma injusta. Sou e serei solidária ao meu amigo e companheiro Lula em todas as ocasiões, e continuarei a seu lado em todas as batalhas que certamente ainda travaremos”, declarou.
Ao passo em que Rui Falcão lia a carta, a plateia formada por cerca de 1.500 militantes reagia com gritos de “Não vai ter golpe”.
Leia a íntegra da carta enviada por Dilma:
Companheiras e companheiros do Partido dos Trabalhadores,
PublicidadeNeste momento de celebração dos 36 anos do PT, quero saudar os petistas de todo o Brasil que, dia a dia, constroem a bela e vitoriosa história do maior partido político brasileiro. Com sua militância em favor da democracia, da soberania nacional, da inclusão social e de igualdade de oportunidades, vocês são responsáveis pela extraordinária transformação que estamos promovendo no Brasil.
Desde 2003, quando chegamos ao poder, implantamos políticas consistentes com nossa história de partido construído a partir da mobilização dos trabalhadores e das organizações sociais que historicamente não tinham voz e vez. Colocamos, no centro das atenções do Estado brasileiro, pessoas e segmentos sociais até então invisíveis e excluídos. Uma revolução pacífica e democrática, sem paralelo em nossa história, e da qual devemos ter muito orgulho!
Vivemos, é verdade, tempos difíceis. Há um ataque sistemático aos pilares de nosso projeto de desenvolvimento para o Brasil.
Ataque ao nosso maior militante, o presidente de honra Luiz Inácio Lula da Silva, comandante maior deste partido e do nosso projeto de Brasil. O presidente Lula é um patrimônio político do nosso país e do mundo, que vem sendo duramente atacado, de forma injusta. Sou e serei solidária ao meu amigo e companheiro Lula em todas as ocasiões, e continuarei a seu lado em todas as batalhas que certamente ainda travaremos.
Ataque a nosso partido, que pretendem criminalizar, tentando envenenar a sociedade contra nós com base em uma moralidade seletiva. A esses que fazem a luta política com base em factóides, mentiras, insinuações, fofocas e insinuações, responderemos com o melhor antídoto possível: a relação direta de confiança que construímos, nestes 36 anos, com os movimentos sociais, os trabalhadores, as mulheres, os jovens, todos aqueles que transformamos em protagonistas do desenvolvimento de nosso País.
Ataque a meu governo, que tem a tarefa, neste momento, de dar sequência a nosso projeto de Brasil. Querem usurpar um mandato legitimamente conquistado nas urnas com o apoio e a luta de vocês. Querem, por todos os meios, interditar as ações e iniciativas de meu governo. Não me farão recuar, pois tenho um compromisso inquebrantável com a estratégia de desenvolvimento pela qual tanto lutamos.
De norte a sul e de leste a oeste, seguiremos firmes e fortes, de braços dados com essa aguerrida militância do PT que, como eu, tem orgulho de empunhar a bandeira vermelha com a estrela branca na luta pela construção de um país mais justo e democrático.
Vida longa ao Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras!
Um grande abraço a todas e todos.
Dilma Rousseff
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