O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi o integrante do primeiro escalão que mais viajou desde o começo do terceiro mandato do presidente Lula, que está prestes a completar 100 dias. Haddad, que comanda um ministério que não tem por costume participar da entrega de obras, é top cinco no ranking de viagens, na frente até mesmo da colocação alcançada pelo ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho.
Os dados a que o Congresso em Foco teve acesso constam no Portal Transparência, mantido por meio da Controladoria-Geral da União (CGU). No quesito viagens internacionais realizadas, Haddad ocupa a quinta posição, sendo que entre os 10 colocados não há nenhum outro ministro.
Desde o começo do atual governo, Haddad esteve em quatro destinos internacionais, sendo que os valores das passagens foram os que mais pesaram aos cofres públicos. Só para a ida para a reunião do G20 na Suíça, em janeiro, as passagens de Haddad custaram mais de R$ 71 mil. A viagem constou como “emergencial”, segundo o governo, por constante mudanças nas agendas e no itinerário do ministro.
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A justificativa do governo se deu porque, quando as passagens são compradas com antecedência, costumam sair um pouco mais baratas. Ao todo, neste ano, as viagens de Haddad já somaram R$ 120,4 mil. As diárias recebidas pelo ministro em viagens neste ano somam cerca de R$ 14 mil. Haddad é tido como um ministro-chave para o governo, uma vez que já disputou a Presidência da República e desponta entre quadros petistas como um possível substituto de Lula, caso o atual presidente mantenha os planos de não disputar a reeleição.
Ao todo, desde o começo do governo Lula, integrantes do governo federal já realizaram 77.921. Os registros incluem além dos servidores – concursados e não concursados – que atuam diretamente com o governo federal, assim como servidores integrantes de outros setores, como professores universitários. No total, em quase 100 dias, o governo já desembolsou mais R$ 173 milhões em viagens.