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Paulo Moreira Lima pediu afastamento na última quarta-feira da 11ª Vara Federal em Goiás após ser alvo de ameaças, contra ele e sua família. Responsável por toda a investigação da Operação Monte Carlo – com a prisão de 82 pessoas, entre elas o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira -, ele vai atuar na 12ª Vara, que não tem competência criminal. “Esse ato visou atender às necessidades dos serviços judiciários, mas dispensando a devida atenção ao pleito do juiz federal substituto Paulo Augusto Moreira Lima”, informou o Tribunal Regional Federal da Primeira Região em nota oficial.
PublicidadePara o presidente do CNJ, ministro Carlos Ayres Britto, o caso possui uma “gravidade incomum”. “Não se pode ameaçar, do ponto de vista da integridade física e nem moral ou psicológica, nenhum julgador. Muito menos o julgador e sua família. Diante da gravidade dos fatos, a corregedora nacional de justiça, a conselheira Eliana Calmon, está à frente da apuração dos fatos, do equacionamento deste”, disse o ministro.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o juiz encaminhou na semana passada um ofício ao corregedor-geral do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Carlos Olavo. No documento, ele afirma não ter mais condições de permanecer no caso por estar em “situação de extrema exposição junto à criminalidade do estado de Goiás”. E, para evitar represálias, revela que deixará o país temporariamente.
Ele relatou que, apesar de seguir esquema rígido de segurança por recomendação da Polícia Federal, sua família foi recentemente abordada por policiais e diz que foi alertado da possibilidade de sofrer represálias nos próximos meses. Com a saída de Paulo Moreira Lima, o juiz federal titular da 11ª Vara em Goiás, Leão Aparecido Alves, deveria herdar o comando do processo. No entanto, ele se declarou impedido na manhã de hoje por sua relação de amizade com José Olímpio de Queiroga Neto, suspeito de integrar a quadrilha de Carlinhos Cachoeira.
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Nota atualizada às 16h10
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