O estado do Amazonas decide a partir deste domingo(6) quem será o chefe do executivo estadual até o fim de 2018. Nove candidatos disputam o cargo um segundo turno, caso seja necessário, está marcado para o próximo dia 27. As eleições foram definidas em 20 de junho e os candidatos tiveram apenas 45 dias para fazer suas campanhas.
Na eleição de hoje, concorrem o senador Eduardo Braga (PMDB), o deputado estadual José Ricardo (PT), o ex-governador Amazonino Mendes (PDT), o deputado estadual Luiz Castro (Rede), Liliane Araújo (PPS), o vereador de Manaus Wilker Barreto (PHS), o ex-deputado federal e atual vereador de Manaus Marcelo Serafim (PSB) e a ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP) e Jardel (PPL), último a se registrar na corrida ao cargo.
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Eduardo Braga e Amazonino Mendes e Rebecca Garcia são os três candidatos que lideram as intenções de voto. Segundo pesquisa realizada entre os dias 26 e 29 de julho pela Pesquisa365, Amazonino tem 36% das intenções de votos, seguido de Eduardo Braga (25%) e Rebecca (21%). Os resultados já desconsideram votos brancos e nulos e têm margem de erro de três pontos percentuais. O índice de confiabilidade é de 95%. Em outro levantamento, do jornal Diário do Amazonas, Braga está pouco a frente de Amazonino, com 31,1% e 27,9%. Com a margem de erro de 2,45 pontos percentuais, ambos iriam ao segundo turno empatados tecnicamente. Rebecca Garcia tem 12,5% na pesquisa.
PublicidadeOs três principais candidatos são velhos conhecidos dos amazonenses. Aos 77 anos, Amazonino Mendes governou o estado por três mandatos e a capital, Manaus, por outros três. Ele foi padrinho político do agora adversário ao governo, Eduardo Braga, e tem apoio do atual prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB) e de parlamentares amazonenses como o senador Omar Aziz (PSD) e o deputado Pauderney Avelino (DEM). A coligação que apoia Amazonino, batizada de “Movimento pela reconstrução do Amazonas” reúne sete siglas (PDT, PSDB, PSD, DEM, PRB, PV, PSC), uma a mais que a de Braga.
Em 2015, os bens de Amazonino e outras 11 pessoas foram bloqueados pela Justiça por suspeita de participação em um esquema na licitação de instalação de radares eletrônicos em Manaus. Os acusados teriam criado um sistema para favorecer a empresa contratada em 2011, quando o candidato era prefeito da capital.
Eduardo Braga, que também já foi prefeito de Manaus, foi eleito ao Senado em 2010, após dois mandatos como governador do Amazonas. No segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), foi ministro de Minas e Energia até abril de 2016, quando ela foi afastada. Braga tem o apoio da colega senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), cujo partido faz parte da coligação “União pelo Amazonas”, que além de PMDB e PCdoB conta com outros quatro partidos (PR, PTB, SD, e PSDC).
O senador também é um dos 238 parlamentares que respondem a inquéritos e ações penais no Supremo Tribunal Federal, respondendo a um inquérito no âmbito da Lava Jato por corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa. O ex-diretor da Odebrecht, Arnaldo Cumplido, afirmou em seu acordo de delação que o ex-governador de ter recebido R$ 1 milhão em propina da construtora Camargo Corrêa, para a qual o executivo também trabalhou, pela obra da Ponte Rio Negro.
Braga é também o candidato mais rico disputando o pleito: seu patrimônio declarado ao TSE supera os R$ 31 milhões e inclui desde um quadro da fundação Oscar Niemeyer, avaliado em R$ 45 mil, até fazendas, imóveis e dois planos de previdência que, juntos, superam R$ 6,5 milhões. Rebecca declarou patrimônio de R$ 3,8 milhões e Amazonino de R$ 3,2 milhões. Eles são os três candidatos mais ricos concorrendo.
Rebecca Garcia foi deputada federal por dois mandatos, entre 2007 e 2015. Ela é filha do ex-vice-governador e ex-deputado federal pelo Amazonas Francisco Garcia. Em 2014, ela foi candidata a vice-governadora na chapa de Braga em 2014. O senador tem agora Marcelo Ramos (PR), contra quem concorreu naquele ano. A candidatura de Rebecca tem, além do PP, o Podemos e o PTdoB na coligação “Coragem para renovar”. A candidata é acusada, ao lado de David Almeida (PSD), presidente da Câmara Legislativa do Amazonas (Aleam) e atual governador interino do Estado, de uso da máquina pública em sua campanha. Uma ação cautelar impetrada na última terça-feira (1) pelo Ministério Público Eleitoral do Amazonas acusa Almeida de fazer uso da máquina pública para ajudar a aliada. Segundo a acusação, 48 servidores da Superintendência Estadual de Habitação foram demitidos por Almeida ao se recusarem a fazer campanha pela candidata.
Cassação
A eleição suplementar foi convocada após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar, em maio deste ano, a cassação da chapa encabeçada por José Melo (Pros), com Henrique de Oliveira (SD) como vice-governador. Eles tinham vencido a eleição de 2014 em segundo turno, com 55,5% dos votos, contra o senador Eduardo Braga (PMDB), que concorre novamente ao cargo.
O ex-governador foi condenado à cassação de seu mandato em 2016, por compra de votos. Segundo investigações da Polícia Federal (PF), que uma de suas assessoras, a empresária Nair Blair, desviou recursos que sua empresa recebeu para supostamente fazer a segurança dos jogos da Copa de 2014. A empresa da assessora foi contratada de última hora, sem licitação, e recebeu R$ 1 milhão após o evento. As investigações da PF apontam que ela distribuía o dinheiro desviado dentro do comitê de campanha do político, agindo para comprar votos. Poucos dias antes da eleição, Nair foi presa, flagrada pela PF com R$ 7,6 mil em espécie.
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