O dia 21 de março é dedicado, no mundo inteiro, à celebração da gastronomia francesa, berço da alta culinária e sinônimo de cozinha de excelência. Em Brasília, serão 20 os restaurantes engajados na comemoração das receitas clássicas, molhos e sabores oriundos da França.
Não é preciso ser francês para aproveitar a oportunidade de cultivar hábitos seculares da cuisine française. Chefs de diversas nacionalidades unem talentos para recriar receitas de sotaque francês, cuja qualidade é reconhecida por todos os amantes da boa cozinha.
No mundo globalizado, crescem os chefs que praticam a chamada cozinha contemporânea, que mistura temperos e receitas de diversas regiões do planeta, recriando pratos, misturando sabores e encantando comensais de diversos idiomas.
Há muitas definições do conceito de culinária contemporânea, ou fusion food. Na prática, essa linha da gastronomia aproveita o que cada cultura tem de melhor, flexibiliza sabores e recria receitas de pratos tradicionais. É, hoje, o meu estilo preferido de culinária. Estou sempre atrás dessas descobertas por onde eu vou. Mas isso não significa que eu tenha deixado de apreciar pratos de receitas tradicionais, brasileiros ou de qualquer outra nacionalidade.
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Quando viajo, procuro tanto os chefs de cozinha autoral como experimentar os pratos regionais típicos. Sempre é bom provar o sabor do terroir local, por ser único, e uma das poucas coisas ainda autênticas neste nosso mundo totalmente global. Voltei há alguns dias do Chile e trouxe na mala um tempero local: o Merkén. Trata-se de um tempero gourmet dos índios mapuche, de sabor defumado e levemente picante.
Possui um sabor marcante, apreciado pelos chefs de qualquer nacionalidade. O merkén tradicional leva 70% de ají da variedade cacho de cabra, uma pimenta vermelha da família da caiena. É desidratado, defumado no forno e moído, quando é acrescentado 20% de sal e sementes de coentro. Vira um pozinho vermelho, que faz a diferença no sabor de muitos pratos.
PublicidadeEste é um dos prazeres de quem gosta de provar sabores, sejam novos, recriados com altas tecnologias ou existentes há centenas de anos. Às vezes é bom misturar e ver no que dá. A cozinha de autor cria receitas inesquecíveis com anos de pesquisa e estudos. Em outras vezes, um erro resulta num clássico da culinária, como é o caso da famosa Tarte Tatin. Segundo a lenda, a cozinheira teria se distraído e esquecido de colocar a massa da torta de maçã no fundo da forma. Como as maçãs estavam caramelizadas, ela teria resolvido improvisar e colocar a massa por cima e virar a torta quando saísse do forno. Se foi exatamente assim que aconteceu não sabemos ao certo, mas a torta faz sucesso há mais de dois séculos.
Podem apostar que muitos dos 2 mil chefs que irão participar do festival Gôut de/Good France em vários países (106 no Brasil) estarão oferecendo no cardápio esta e outras delícias consagradas da cozinha francesa.
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