As investigações da Polícia Federal (PF) sobre as negociações de pessoas envolvidas com o PT para comprar um dossiê contra o governador de São Paulo, José Serra, foram concluídas sem citar as ligações que o agente aposentado da PF Gedimar Passos, que foi preso com R$ 1,7 milhão que seria usado para adquirir o documento, fez para o chefe da inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), José Hilário Medeiros, que também é agente da PF.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Medeiros não foi ouvido pela polícia e o nome dele não aparece no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
O delegado responsável pelo inquérito, Diógenes Curado, afirmou que não investigou os telefonemas porque nunca cogitou o envolvimento de alguém da Senasp no caso. “São quase todos policiais federais. Que interesses poderiam ter nessa história? A própria Polícia Federal estaria sob suspeita”, disse.
Gedimar e Medeiros conversaram, pelo menos, seis vezes ao telefone durante o período da negociação do material que seria usado contra tucanos. Os dois fizeram essas ligações pelo celular entre os dias 4 e 11 de setembro. Além disso, no dia 11 do mesmo mês, Gedimar recebeu duas chamadas de um número fixo da Senasp.
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Ouvido pela PF, Gedimar atribuiu as ligações a conversas pessoais. Ele não explicou, contudo, por que as ligações se concentram no período anterior à compra do dossiê.
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