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A pesquisa Datafolha mostrou queda entre os votos válidos para o senador (de 63% para 58%), que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e sobrinho do fundador do grupo, o também bispo Edir Macedo. Ao mesmo tempo, informa o site do jornal Folha de S.Paulo, houve aumento na contagem de votos válidos para Freixo, que saiu de 37% para 42% das preferências.
“Foi uma mudança muito significativa e muito rápida. Não descarto a possibilidade de haver uma surpresa no resultado das eleições do Rio de Janeiro”, observou Mauro Paulino.
Segundo o editor do caderno “Poder” do jornal paulista, Fábio Zanini, pesou contra Crivella – em ambiente de acirramento da disputa e da estratégia de ataque de Freixo – o resgate de discursos que “resvalam na homofobia” e a divulgação de uma música composta pelo próprio bispo licenciado com referência ao famigerado episódio em que um líder da Universal aparece chutando a imagem de uma santa católica, ao vivo, em um programa de TV alugado pela igreja.
Já Bernardo Mello Franco, um dos colunistas da Folha, avalia que o aumento dos votos de eleitores católicos para Freixo é fruto da estratégia do deputado estadual, que partiu para o ataque e mirou nos índices de rejeição à Universal. Como lembra o jornal paulista, o grosso do eleitorado de Crivella está nos evangélicos – 92% das intenções de voto declaradas pelos evangélicos do Rio favorecem o senador e bispo licenciado.
Ruído de comunicação
PublicidadeTambém parece ter causado algum efeito nesse quadro de reversão de votos o fato de que Crivella preferiu desistir de debates com Freixo em veículos de comunicação de expressão nacional. Nos últimos dias, e com avisos em cima da hora, Crivella cancelou a participação em programas na TV Globo do Rio, no STB e na rádio CBN.
Além disso, não é o caso de se descartar o efeito das redes sociais. Nos últimos dias, vídeos diversos se propagaram em plataformas como Facebook e Twitter mostrando Crivella em situações delicadas. Em um delas, em um luxuoso apartamento de um endinheirado do Rio de Janeiro, à beira-mar, Crivella e um grupo de famosos brindam e falam sobre a eleição. A certa altura do convescote, Crivella diz como seria…
“Pelo meu perfil, por eu ser evangélico e ter grande penetração nas classes mais populares, eu poderei explicar a eles [pobres], de maneira legítima, o nosso plano – que é de cuidar da Zona Sul com especial cuidado. E dizer ao povo lá de trás… vaciná-los para não vir com aquele discurso que desconstrói a política, que diz: ‘Ah, pronto. Crivella ganhou com os pobres e está fazendo com os ricos. Não! Isso aqui é a nossa vitrine”, discursa o candidato, gesticulando entre os convidados do apartamento com vista para o mar.
Em outro vídeo, este mais antigo, Crivella aparece no púlpito de um dos templos da Universal abordando a parábola bíblica segundo a qual Eva nasceu de uma costela de Adão no Éden. Quando chega à alegoria da costela, Crivella se volta para a plateia e diz, com um sorriso no rosto, que as mulheres devem “obedecer mais” aos homens – algo que soa como um verdadeiro sacrilégio na comunidade feminista, cada vez mais articulada Brasil afora.
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