Mesmo parlamentares da tendência Mensagem ao Partido, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira (22), e do núcleo ideologicamente mais à esquerda da legenda, já participaram dessas reuniões. O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), um dos mais proeminentes representantes daquela corrente, é desafeto de Dirceu.
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“Embora tenha sido condenado em 2012 a 7 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, Dirceu ainda se considera forte no PT e quer reunir, após o carnaval, militantes de diferentes tendências. Até agora, ele já conversou com cerca de 30 deputados, sete senadores e correligionários de vários estados em sua casa no Lago Sul de Brasília, onde cumpre a prisão domiciliar”, diz trecho da reportagem, assinada por Vera Rosa e Wilson Tosta.
O jornal lembra que as “conversas reservadas” ocorrem às vésperas das celebrações pelos 35 anos do PT, em fevereiro, quando será realizado o 5º Congresso da sigla – o ex-ministro teria como intenção discutir o futuro do partido ao promover os encontros. A ser realizado em Salvador, o evento servirá para redefinir as ações do partido e deve promover uma autorreflexão sobre os sucessivos escândalos que o têm envolvido.
“Padrinho de Renato Duque, ex-diretor da Petrobrás que teve o nome envolvido na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Dirceu tem afirmado aos interlocutores que o PT e o governo Dilma estão na defensiva e não sabem reagir à oposição. Critica abertamente a direção do PT, a presidente Dilma, a equipe econômica e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência) e Pepe Vargas (Secretaria de Relações Institucionais), encarregados da articulação política com o Congresso”, relata a reportagem, acrescentando que Dirceu tem feito críticas ao governo em seu blog e teria se sentido “abandonado” pela cúpula do PT durante o julgamento do mensalão.