O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi condenado novamente no âmbito da Operação Lava Jato. O juiz Sérgio Moro sentenciou o petista a 11 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. É a segunda vez que o político, preso desde agosto de 2015, é condenado na 13ª Vara Federal de Curitiba. Ele foi alvo da 17ª fase da Lava Jato. Com isso, o ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado acumula pena de 31 anos de prisão.
No primeiro processo contra Dirceu, em maio do ano passado, o juiz Sérgio Moro o condenou a 23 anos e 3 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. No mês seguinte, Moro reviu a punição, a pedido da defesa, para 20 anos e 10 meses de reclusão, por ele ter mais de 70 anos.
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Na decisão desta quarta (8), Moro condenou Dirceu por ter recebido R$ 2.14 milhões em propina proveniente de contratos da empresa Apolo Tubulars com a Petrobras, por intermédio de Renato Duque, diretor de Serviços da petroleira estatal à época dos crimes.
De acordo com a sentença proferida por Moro, R$ 1,4 milhão da propina foi paga por meio de serviços de táxi aéreo, mediante o custeio de despesas pela utilização, por Dirceu, de duas aeronaves pertencentes ao lobista Julio Camargo, que assinou acordo de delação premiada com a Justiça e assumiu ser o intermediário entre os sócios da Apolo e Renato Duque.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o ex-ministro realizou 113 voos nas aeronaves entre novembro de 2010 e julho de 2011. Dirceu assumiu as viagens, mas disse que foram realizadas a título de cortesia.
“Em que pese o teor dos depoimentos de ambos, José Dirceu e Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, simplesmente não é crível que alguém disponibilize a título gratuito voos em seus jatos executivos, cujos valores são notoriamente exorbitantes, a um terceiro, de forma despretensiosa”, escreveu Moro.
Ao todo, segundo o MPF, foram repassados R$ 7,4 milhões pela Apolo Tubulars em propina. Além do desviado por Dirceu, o restante foi direcionado para o PT, diz a denúncia. Em troca, Duque garantiu um contrato de R$ 255 milhões entre a empresa e a Petrobras, que, com aditivos, chegou ao valor de mais de R$ 450 milhões.
De acordo com a denúncia, o restante da propina foi pago por intermédio de uma empresa do lobista Júlio Camargo, chamada Piemonte, através de notas fiscais frias.
Na mesma sentença, Moro condenou outras quatro pessoas, incluindo Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu, que deverá cumprir seis anos e oito meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Dois sócios da Apolo, Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares e Carlos Eduardo de Sá Baptista, foram absolvidos.
O ex-ministro está preso desde agosto do ano passado no Complexo Médico-Penal em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
Em nota, o advogado de José Dirceu, Roberto Podval, manifestou repúdio à nova condenação de seu cliente. “Hoje não se julga mais os fatos e sim o nome de quem aparece na capa do processo. Estão matando o Zé Dirceu. É mais fácil matá-lo que admitir sua inocência. Espero com a teimosia dos burros que nossos juízes voltem a julgar se guiando pela Constituição e não pela opinião pública”, diz o texto.
Com informações da Agência Brasil
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