De acordo com a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, que também participou da reunião, Dilma destacou a importância de “precisar os dados estatísticos que visibilizem a violência contra a população LGBT”. “É um caminho que o nosso governo tem dado e é uma orientação da presidenta para as secretarias envolvidas trabalharem neste sentido”, afirmou.
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Uma das ações do governo, segundo a ministra, foi o lançamento ontem (27) do Sistema Nacional de Promoção de Direitos e de Enfrentamento à Violêcia contra LGBT. Na mesma cerimônia, veio a revelação que o número de denúncias de violência homofóbica cresceu 166% em 2012 em relação ao ano anterior, saltando de 1.159 para 3.084 registros. Os dados estão no 2º Relatório Sobre Violência Homofóbica 2012.
Presente na reunião, Toni Reis, diretor-executivo do Grupo Dignidade e secretário da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBT), disse que as entidades pediram a rejeição do projeto da “cura gay” e a aprovação do texto que criminaliza a homofobia. Os representantes das entidades entregaram a Dilma uma carta de reivindicações.
Após a reunião, Toni disse ao Congresso em Foco ter saído satisfeito da conversa com Dilma. O encontro durou aproximadamente 90 minutos e reuniu, além da presidenta, os ministros dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. “Saí muito convencido com a forma que ela falou, foi muito enfática”, afirmou.
Segundo Toni, a presidenta não tratou de temas específica, tratando de uma pauta geral. Mas afirmou que não vai permitir retrocessos e que é contra qualquer tipo de discriminação. Ele lembrou que há mais de dois anos o movimento LGBT tentava uma reunião com Dilma. “Ter acontecido hoje foi muito simbólico”, disse, fazendo referência ao Dia do Orgulho LGBT.
PublicidadeO Psol anunciou que colhe assinaturas para apresentar um requerimento e levar a cura gay direto para o plenário. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou que pretende “enterrar” a proposta. Mas, segundo Toni, Dilma não falou diretamente sobre a proposta. “Não se pode curar o que não é doença. Já temos o apoio do PSDB, do PT e de vários partidos para que seja enterrado esse projeto que, pra gente, é uma excrescência de cidadania”, disse.
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