Durante cerca de uma hora, em entrevista concedida no Palácio da Alvorada, Dilma demonstrou descontração. Falou tanto de questões políticas, como reeleição, manifestações populares, programas sociais, gastos com a Copa do Mundo e espionagem norte-americana, quanto de questões de sua intimidade, como a falta que sente de andar nas ruas.
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Veja a entrevista:
Dilma classificou as manifestações de junho como “muito positivas” e disse que elas ajudaram a viabilizar a aprovação de propostas do governo no Congresso e a impulsionar o Mais Médicos. “Elas fazem parte do processo de democracia e de inclusão social”, avaliou. “Dificilmente sem a manifestação de junho conseguiríamos os royalties para a educação”, exemplificou.
A presidenta voltou a falar dos motivos do cancelamento da viagem oficial que faria aos Estados Unidos após as revelações de que o governo norte-americano espionou a Petrobras e autoridades brasileiras, inclusive ela mesma. “Queria desculpas e o compromisso de que isso não iria mais acontecer. Como ele (Barack Obama) não me garantiu isso, disse a ele que não tinha condições políticas de fazer uma visita de chefe de Estado”, afirmou.
Reeleição e Copa
Dilma evitou falar sobre candidatura à reeleição em 2014 e disse ter “uma vantagem” em relação aos demais candidatos. “Antes de ser candidata, eu sou presidente até 31 de dezembro de 2014. Ontem, por exemplo, um repórter me perguntou se eu estou fazendo campanha eleitoral. Eu disse que não, eu sou presidente, antes de querer ser eleita, eu tenho que exercer a minha presidência.”
A presidenta negou que o governo federal esteja aplicando recursos próprios nos estádios da Copa de 2014. Segundo ela, o papel do governo foi destinar linhas de crédito de R$ 400 milhões para o financiamento de cada uma das 12 arenas que sediarão jogos do Mundial. Os maiores gastos do governo com a Copa, afirmou Dilma, foram com obras de mobilidade urbana, telecomunicações e segurança. “É como quando você dá uma festa na sua casa. Você arruma a casa. Depois os convidados vão embora, mas você fica com tudo aquilo.”
Na parte pessoal, Dilma lamentou não poder andar mais nas ruas desde que assumiu a Presidência da República nem ir ao cinema. Ela disse se sentir só no Palácio da Alvorada. “A gente gosta de esquina. Boteco, bar, gente andando na rua”, disse. “Mas às vezes eu fujo”, brincou.
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