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Diretor-técnico do Diap, Antônio Augusto de Queiroz explica que, apesar de não ter conseguido barrar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PT ocupa cargos importantes em comissões temáticas da Câmara e do Senado. Além disso, explica o especialista, parlamentares petistas dominam temas tratados pelo Congresso e conseguem, mesmo sem a força do Palácio do Planalto, forçar negociações acerca do conteúdo de projetos e emendas e alterar as versões finais das leis.
Com as maiores bancadas na Câmara e Senado, o PMDB aparece no levantamento do Diap como a segunda legenda com mais prestígio e poder no Congresso, com 15 parlamentares. Isso ocorre apesar do fato de que dirigentes peemedebistas, muitos deles parlamentares no exercício do mandato, também estejam envolvidos em casos de corrupção detectados pela Operação Lava Jato. Segundo Queiroz, ao contrário do PT, que tem como característica um maior números de deputados e senadores envolvidos em discussões e decisões sobre leis, o PMDB concentra tal poder em um grupo reduzido de parlamentares.
Critério triplo
O Diap aplica três critérios basilares para elaborar a lista com os 100 parlamentares mais influentes do Congresso: o institucional, referente ao espaço que o parlamentar ocupa na estrutura das Casas; o que aufere a reputação entre os colegas parlamentares, assessores, jornalistas e profissionais de relações institucionais; e o que conota poder de decisão, em que pese o comportamento em votações, negociações e articulações. O primeiro quesito é o que mais tem valor na elaboração da lista.
Segundo o trabalho do Diap, a base de apoio ao governo do presidente interino Michel Temer, que está licenciado da presidência do PMDB, reúne 65% dos parlamentares influentes do Congresso. A nova oposição, representada por PT, PDT, PCdoB, Psol e Rede, representa 35% da elite do Legislativo. Outra constatação do levantamento do Diap é que o Senado cresceu em influência na lista dos cabeças do Congresso: dos 81 senadores, 38 estão entre os parlamentares mais influentes. Entre os 513 deputados, o levantamento só identificou 62 deles com prestígio suficiente para compor a lista, na avaliação do órgão.
PublicidadeOs senadores conseguiram proporcionalmente ter mais prestígio, uma vez que o Senado aprovou projetos de repercussão nacional nos últimos meses, entre eles a mudança do regime de exploração do pré-sal, a Lei de Responsabilidade das Estatais, os novos critérios para a ocupação de cargos em fundos de pensão e a lei de qualidade na gestão.
A terceira bancada mais influente, segundo o Diap, é a do PSDB, com 14 deputados. Entre tucanos mais destacados está o líder da bancada na Câmara, Antônio Imbassahy (BA). Em seguida vem o DEM do novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (RJ), e o PSB, com 7 representantes. O levantamento foi feito entre fevereiro e julho de 2016 e desconsiderou os parlamentares que deixaram o mandato para ocupar cargos em secretarias de estado e ministérios.
Fator Cunha
Outra conclusão do Diap é a de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve influência negativa na composição da lista dos mais influentes. Ele prestigiou com cargos e em indicações para o comando de comissões o chamado “baixo clero”, grupo de deputados desconhecidos e sem prestígio nacional. A consequência foi que esse grupo acabou por ganhar poder devido à quantidade de votos que movimenta em plenário, além de espaço político na Casa, mas sem conseguir adquirir um prestígio real.
Estão nessa lista deputados desconhecidos, em nível nacional, como o novo líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP); o líder do PR, Aelton Freitas (MG); e João Campos (PMDB-MS), coordenador da bancada evangélica. Na iminência de ser cassado por quebra de decoro parlamentar, Cunha não compõe a lista do Diap.
Confira a tabela com os partidos mais influentes, segundo o Diap:
Partido
|
Deputados
|
Senadores
|
Total
|
||||
PT
|
10
|
8
|
18
|
||||
PMDB
|
6
|
9
|
15
|
||||
PSDB
|
6
|
8
|
14
|
||||
DEM
|
5
|
2
|
7
|
||||
PSB
|
4
|
3
|
7
|
||||
PCdoB
|
5
|
1
|
6
|
||||
PP
|
3
|
2
|
5
|
||||
PDT
|
3
|
1
|
4
|
||||
PPS
|
3
|
1
|
4
|
||||
Psol
|
4
|
–
|
4
|
||||
PTB
|
3
|
–
|
3
|
||||
Rede
|
2
|
1
|
3
|
||||
PRB
|
2
|
–
|
2
|
||||
SD
|
2
|
–
|
2
|
||||
PR
|
1
|
–
|
1
|
||||
PSD
|
1
|
–
|
1
|
||||
PTdoB
|
1
|
–
|
1
|
||||
PV
|
–
|
1
|
1
|
||||
PTC
|
–
|
1
|
1
|
||||
PSC
|
1
|
–
|
1
|
||||
TOTAL
|
62
|
38
|
100
|
||||
Veja a lista, em ordem alfabética, dos “cabeças” do Congresso:
DEPUTADOS
Aelton Freitas (PR-MG) – líder
Afonso Florence (PT-BA) – líder
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) – líder
Alessandro Molon (REDE-RJ) – líder
Alex Canziani (PTB-PR) – coordenador da frente da educação
Alice Portugal (PCdoB-BA) – coordenadora de frente feminista
André Figueiredo (PDT-CE) – ex-líder
Andre Moura (PSC-SE) – líder do governo
Antônio Imbassahy (PSDB-BA) – líder
Arlindo Chinaglia (PT-SP) – ex-presidente da Casa
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) – vice-líder e presidente de comissão
Arthur Maia (PPS-BA) – ex-líder
Baleia Rossi (PMDB-SP) – líder
Carlos Sampaio (PSDB-SP) – ex-líder
Carlos Zarattini (PT-SP) – relator de matéria relevante
Chico Alencar (PSol-RJ) – ex-líder
Daniel Almeida (PCdoB-BA) – líder
Darcísio Perondi (PMDB-RS) – coordenador de frente parlamentar
Domingos Sávio (PSDB-MG) – ex-líder da minoria
Efraim Filho (DEM-PB) – vice-líder e ex-presidente de comissão
Érika Kokay (PT-DF) – vice-líder
Esperidião Amin (PP-SC) – relator de matéria relevante
Glauber Braga (PSol-RJ) – vice-líder
Henrique Fontana (PT-RS) – ex-líder
Heráclito Fortes (PSB-PI) – vice-líder
Ivan Valente (PSol-SP) – líder
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) – líder da minoria
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) – líder regional
João Campos (PRB-GO) – coordenador de frente evangélica
José Carlos Aleluia (DEM-BA) – vice-líder
José Guimarães (PT-CE) – ex-líder
Jovair Arantes (PTB-GO) – líder
Júlio Delgado (PSB-MG) – vice-líder
Júlio Lopes (PP-RJ) – relator de matérias relevantes
Laercio Oliveira (SD-SE) – coordenador temático
Lincoln Portela (PRB-MG) – ex-líder
Luciana Santos (PCdoB-PE) – presidente de partido e vice-líder
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) – vice-líder
Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) – vice-líder
Luiza Erundina (PSol-SP) – coordenador de frente pela reforma politica
Manoel Junior (PMDB-PB) – relator de matérias relevantes
Marco Maia (PT-RS) – ex-presidente da Casa
Marcus Pestana (PSDB-MG) – representante de grupo politico
Maria do Rosário (PT-RS) – vice-líder
Miro Teixeira (REDE-RJ) – ex-líder e formador de opinião
Onyx Lorenzoni (DEM-RS) – vice-líder
Orlando Silva (PCdoB-SP) – vice-líder da minoria
Osmar Serraglio (PMDB-PR) – presidente de comissão (CCJ)
Pauderney Avelino (DEM-AM) – líder
Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) – relator de matérias relevantes
Paulo Foletto (PSB-ES) – líder
Paulo Pereira da Silva (SD-SP) – presidente de partido
Paulo Teixeira (PT-SP) – ex-líder
Roberto Freire (PPS-SP) – presidente de partido
Rodrigo Maia (DEM-RJ) – presidente da Câmara
Rogério Rosso (PSD-DF) – líder
Rubens Bueno (PPS-PR) – líder
Silvio Costa (PTdoB-PE) – vice-líder da minoria
Tadeu Alencar (PSB-PE) – vice-líder
Vicentinho (PT-SP) – ex-líder
Weverton Rocha (PDT-MA) – líder
Wolney Queiroz (PDT-PE) – presidente de comissão
SENADORES
Acir Marcos Gurgacz (PDT-RO)
Aécio Neves (PSDB-MG)
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Alvaro Dias (PV-PR)
Ana Amélia (PP-RS)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Fernando Collor (PTC-AL)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
João Capiberibe (PSB-AP)
Jorge Viana (PT-AC)
José Agripino Maia (DEM-RN)
José Aníbal (PSDB-SP)
José Pimentel (PT-CE)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Randolfe Rodrigues (REDE-AP)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Waldemir Moka (PMDB-MS)