Consumidores revoltados com o preço da gasolina estão convocando um boicote aos postos do DF e do Entorno para o próximo dia 22. A ideia é convencer os donos de carros a não abastecer no dia da manifestação, para dar prejuízo aos donos dos postos e forçar a queda nos preços, que têm chegado a até R$ 4.
A manifestação está sendo convocada por meio do Facebook. Até as 15h desta quinta-feira, (14), mais de 24 mil pessoas já haviam aderido à convocação, feita por meio do link http://zip.net/bgsHBw.
Uma das alternativas propostas pela organização, além de abastecer na véspera do boicote ou antes, é que o consumidor vá até um posto em Goiás, em caso de urgência. O texto da convocação alerta para o fato de que se não houver participação popular a exploração continuará.
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“Pessoal, vamos dar um basta nessa farra dos postos do DF. Além deles não repassarem nosso desconto após a descoberta dos escândalos de corrupção envolvendo preços abusivos, ainda teremos que pagar quase R$4,00 o litro de gasolina? Somos consumidores e temos o poder em nossas mãos. Dia 22/01/2016, vamos nos programar para não abastecer nossos veículos e fazer esses donos de postos de gasolina terem o maior prejuízo. Vamos lá, temos 2 semanas para divulgar. Se não fizermos nada a respeito, continuaremos a ser explorados”.
Memória
Conforme Congresso em Foco noticiou, no dia 24 de novembro, naquela data a Polícia Federal a Polícia Federal prendeu um grupo acusado de montar um cartel no setor de distribuição e revenda de combustíveis no Distrito Federal e no Entorno do DF. Segundo as investigações da Operação Dubai, as principais redes de postos de combustível da cidade combinavam preços entre si, determinando os valores que seriam cobrados do consumidor final. As redes menores eram comunicadas pelos coordenadores regionais do cartel.
PublicidadeO prejuízo estimado para o consumidor pode chegar a R$ 1 bilhão por ano. Só a principal rede investigada vende R$ 1,1 milhão de litros de combustível por dia, um lucro diário de quase R$ 800 mil com o esquema.
Ao todo, 200 policiais federais cumpriram 44 mandados de busca e apreensão, 25 conduções coercitivas e sete prisões temporárias em Brasília e nas sedes das duas maiores distribuidoras do país, no Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, o Sindicombustíveis/DF, que representa os postos de combustíveis do Distrito Federal, servia como porta-voz do cartel e perseguia os proprietários de postos dissidentes. A PF também acusa as principais distribuidoras de estimular a fixação artificial de preços dos combustíveis por meio de seus executivos.
Uma das estratégias do cartel era tornar o etanol (álcool) um combustível economicamente inviável para consumidor, mantendo valor do álcool sempre superior a 70% do preço da gasolina, mesmo durante a safra. A manobra forçava o consumidor a comprar apenas gasolina, o que facilitava o controle de preços e evitava que o etanol fosse vendido a preços competitivos.
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