Servidores do Departamento de Trânsito do Distrito Federal realizam nesta sexta-feira (28) uma operação padrão para pressionar o Governo do Distrito Federal (GDF) a retomar o diálogo com os trabalhadores. A orientação do sindicato da categoria (Sindetran) para os agentes do Detran é que, se houver falta de equipamentos, de condições operacionais e de segurança aos trabalhadores, não executem o trabalho, como abordagens de veículos, blitzes e outros procedimentos.
A operação padrão foi aprovada em assembleia durante a última paralisação do dia 18. Ficou determinado também indicativo de greve, caso não haja mais diálogo do GDF com os servidores. “Queremos chamar a atenção do governo para os nossos servidores que estão a espera de uma resposta sobre o reajuste. Nossa intenção é que as conversas sejam retomadas”, explica o presidente do Sindetran, Fábio de Medeiros.
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Uma nova assembleia será realizada em 8 de novembro para definir estratégias de combate às políticas nocivas à categoria e decidir a deflagração da greve por tempo indeterminado.
Os servidores que estão na luta pelo pagamento da terceira parcela do reajuste (firmado em lei) e do auxílio alimentação, que deveria ter sido paga em novembro de 2015, mas, como a categoria já esperava, isso não aconteceu. O governador anunciou que não pagará neste mês, ao contrário do que prometera no ano passado.
Pressão
A iniciativa dos agentes de trânsito reforça a expectativa de uma greve-geral no serviço público brasiliense. Os sindicatos farão no próximo dia 10 uma assembleia em conjunto para definir um posicionamento único. Ao todo, 32 categorias participam da mobilização. Os servidores da segurança pública, como Detran e Polícia Civil, por não terem o direito de greve optam por operações padrões – também para pressionar o governo.
Em crise, a equipe econômica de Rodrigo Rollemberg afirma que o Estado não tem dinheiro para bancar o reajuste prometido aos servidores em outubro do ano passado – o que tem acarretado as divergências com os sindicatos. Até mesmo os salários de novembro, segundo a Casa Civil, correm risco de não serem pagos no quinto dia útil. O governo afirma que não tem recurso para arcar com os custos dos reajustes e já extrapolou os limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Corte de ponto
Para conter o ímpeto dos mais fervorosos grevistas, o governo anunciou que vai cortar o ponto de quem aderir a greves ilegais. Sanções administrativas também não estão descartadas. Até o momento, apesar das difícieis negociações, apenas três categorias estão paralisadas: técnicos e auxiliares de enfermagem; técnicos em radiologia e agentes penitenciários
Com informações da CUT Brasília