Um a cada cinco deputados recebeu nas eleições de 2014 doações de empresas ou pessoas que contrataram e pagaram com dinheiro público ao longo do exercício do mandato. Os dados, reunidos pelo cientista social Leonardo Sales, foram publicados em reportagem da Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (21).
O pesquisador cruzou a declaração de gastos dos deputados com a cota parlamentar e as doações registradas por eles no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essas empresas doaram mais de R$ 3,5 milhões a 108 parlamentares que as contrataram com a verba da Câmara. O total dispendido pelos deputados com essas empresas doadoras foi de R$ 7,45 milhões entre 2013 e 2017.
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Um dos casos destacados pela reportagem é o do deputado Weliton Prado (MG), que está de mudança do PMB para o Pros. Em quatro anos, ele gastou R$ 652,7 mil em 111 pagamentos à Sempre Editora Ltda., que publica cinco jornais em Minas. A empresa doou R$ 416 mil à campanha dele em 2014.
Segundo a Folha, a Sempre doou para 17 candidatos. E foi contratada por 19 deputados por meio da cota parlamentar. Recebeu R$ 1,119 milhão, e doou o equivalente a R$ 864,5 mil.
A utilização da cota com fins eleitorais não é novidade. Como revelou o Congresso em Foco em junho, utilizando dinheiro público da verba indenizatória, os deputados Giacobo (PR-PR), Átila Lins (PSD-AM), Júlio César (PSD-PI), Jutahy Júnior (PSDB-PA), Nilson Pinto (PSDB-PA) e Ságuas Moraes (PT-MT) alugaram aeronaves para se deslocar por diversas cidades de seus estados e, assim, turbinar a campanha eleitoral de candidatos aliados nas eleições municipais de 2016.
Os recursos públicos também serviram para bancar hospedagens em hotéis durante os compromissos de campanha. Essas despesas somaram R$ 288 mil.
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