O PSL deve expulsar os deputados federais Alê Silva (MG), Bibo Nunes (RS) e Carla Zambelli (SP) nesta semana. A informação foi dada pelo deputado Júnior Bozella (PSL-SP) ao jornal O Globo. Ele é aliado do presidente nacional da sigla, Luciano Bivar (PE), na rusga com o presidente Jair Bolsonaro.
Alê Silva já afirmou que vai se filiar ao Podemos.
O Congresso em Foco procurou os deputados Bibo Nunes e Carla Zambelli, ambos disseram que só vão definir o futuro partido quando Bolsonaro decidir sua permanência ou não no PSL e para qual partido irá.
“Esperaria para ver qual partido o PR [Presidente da República] irá”, declarou a deputada de São Paulo perguntada sobre o que faria se a expulsão fosse confirmada.
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“Eu ser expulso do partido é uma grande honra. Ser expulso de um partido como o PSL, que não faz prestação de contas, temos que abrir a caixa preta, fizeram um estatuto novo sem consultar ninguém. São imoralidades que estou lutando há meses, fui o primeiro a entrar nessa luta, não estou preocupado, porque ser expulso desse PSL para mim é uma placa de ouro”, disse Bibo Nunes.
Ele compartilha da mesma ideia de Zambelli e vai esperar Bolsonaro definir o futuro partidário.
“Ficarei independente porque eu vou para um novo partido junto com meus colegas, estamos todos unidos e estarei sempre com ele e com Bolsonaro principalmente”, falou.
Na sexta-feira (12) Bolsonaro e um grupo de 21 congressistas do partido insatisfeitos com o presidente da sigla, Luciano Bivar, entre eles Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente, assinaram um documento solicitando auditoria externa das contas do partido.
Bivar vai se reunir nesta semana com seus aliados no PSL na Câmara para tratar da rusga com o presidente Bolsonaro. Além de Waldir e Bozella, fazem parte desse grupo nomes como o do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Felipe Francischinni (PR), e o da líder do governo no Congresso Nacional, deputada Joice Hasselmann (SP).
O grupo de Bivar dentro do PSL quer pedir uma auditoria das contas da campanha presidencial de Bolsonaro em 2018.
A defesa do presidente da República minimizou a ideia. “Não há nenhuma preocupação com isso por parte do presidente da República”, disse ao Congresso em Foco a advogada Karina Kufa, que trabalha com Bolsonaro desde a campanha.
A crise na sigla foi destacada pelo Congresso em Foco em setembro, quando deputados revelaram ao site que a situação dentro do partido era de racha e possível debandada.
O clima piorou no dia 8 de outubro, quando Bolsonaro disse para um seguidor esquecer da sigla. Desde então, troca de farpas estão acontecendo dos dois lados. Bolsonaro e seus aliados têm sido mais ferrenhos; do outro, o presidente do partido, Luciano Bivar, e deputados que não fazem parte da ala mais bolsonarista.
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