O deputado federal João Derly (PCdoB-RS) protocolou requerimento no início da noite desta quinta-feira (28) solicitando a criação de uma comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e “denúncias relacionadas” à FIFA. O pedido de instalação da CPI tem a assinatura de pelo menos 200 parlamentares. A CPI tem o apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A investigação terá 15 membros, com igual número de suplentes e pelo menos 120 dias de investigação, prorrogáveis por igual período. O intuito da CPI, de acordo com o parlamentar, é apurar indícios dos crimes de formação de quadrilha, suborno, fraude contratual cometidos tanto por membros da CBF, quanto da FIFA. “José Maria Marin é apontado pelo Departamento de Justiça americano de ser favorecido por suborno em diversas situações, envolvendo inclusive acordos dos direitos da Copa do Brasil”, disse o parlamentar no requerimento.
“São fartas as evidências de que o futebol brasileiro esteja contaminado com negociatas ilegais, como o pagamento de propina para realização de contratos como por exemplo a acusação que a empresa Traffic pagava Marin e outros dois dirigentes da CBF R$ 2 milhões por ano pelos direitos de Transmissão da Copa do Brasil”, complementa o deputado.
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“O assunto é grave, de modo que a instalação de uma CPI constitui instrumento fundamental para investigar as denúncias relatadas, trazendo resposta para a sociedade”, apontou.
Este é o segundo pedido de investigação parlamentar instituído em dois dias. Nesta quinta-feira, foi lido no Plenário do Senado ,pelo senador Douglas Cintra (PTB-PE), o requerimento apresentado pelo senador Romário (PSB-RJ) para que a Casa instale a CPI destinada a investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o comitê organizador local da Copa do Mundo Fifa 2014, realizada em 12 cidades-sede no ano passado. A coleta de assinaturas de apoio foi feita em tempo recorde por Romário: 50 senadores assinaram o documento durante a quarta-feira (27).
Marin é acusado de negociar propinas no valor de R$ 346 milhões pela cessão dos direitos de transmissão da Copa América até 2023, enquanto presidiu a CBF. A entidade também será investigada por contratos de patrocínio firmados com a multinacional americana Nike e intermediados pela Traffic, empresa brasileira de marketing esportivo. Essas negociações datam do mandato do antecessor de Marin na presidência da CBF, Ricardo Teixeira – que ainda não foi citado judicialmente.
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