A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, falou sobre direitos humanos durante a cerimônia de diplomação de Jair Bolsonaro (PSL) e Hamilton Mourão (PRTB) como nomes aptos a assumir a presidência da República. A solenidade de diplomação (veja vídeo e íntegra de discursos aqui) reuniu cerca de 700 convidados nesta segunda-feira (10) e foi realizada no mesmo dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos.
Em discurso de cerca de 20 minutos, Weber ressaltou a importância de proteger direitos básicos a todos os cidadãos. “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, sem distinção de raça, língua, crença, origem nacional, orientação sexual, identidade de gênero, ou qualquer outra condição”, afirmou.
A ministra afirmou ainda que as minorias não devem ter suas posições “abafadas” pelas maiorias. “Em especial aquelas estigmatizadas e em situação de vulnerabilidade”, finalizou.
O discurso, porém, incomodou deputados federais eleitos pelo partido de Bolsonaro. Nas redes sociais, eles criticaram a atitude de Weber. A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), recordista de votos da Câmara, disparou: “Fora de tom e de propósito. Desnecessário”.
PublicidadeDiplomação de @jairbolsonaro. Nosso presidente, agora diplomado, fez um discurso simples, de união, é de agradecimentos. Já a ministra Rosa Weber nos submeteu a uma longa aula de direitos humanos fora de tom e de propósito. Desnecessário. Mas nada tirou o brilho do momento 🇧🇷 pic.twitter.com/cQ0WHyNyI8
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) 10 de dezembro de 2018
Carla Zambelli (PSL-SP) também criticou o tempo utilizado pela presidente do tribunal e defendeu que houvesse réplica a ela.
Ministra Rosa Weber fez questão de fazer um discurso 4 vezes mais demorado que do @jairbolsonaro. E deu mais atenção ao dia Internacional dos Direitos humanos do que ao espetáculo de termos pela 1ª vez um Presidente aplaudido em pé na sua Diplomação. Pena que não teve réplica.
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli17) 10 de dezembro de 2018
Zambelli aproveitou a data para levantar a pauta contra a descriminalização do aborto, e citou o trecho da Convenção Americana de Direitos Humanos que dá as garantias “desde o momento da concepção”.
Já o deputado eleito Luiz Philippe de Orleans e Bragança classificou o discurso como “inadequado”.
Discurso da Rosa Weber na diplomação do Jair foi inadequado.
— Luiz P. O. Bragança (@lpbragancabr) 10 de dezembro de 2018
Outra parlamentar eleita que se incomodou com o discurso foi Bia Kicis, eleita pelo PRP mas que desde o fim do pleito frequenta eventos do PSL e já afirmou publicamente várias vezes que migrará para o partido do presidente eleito durante a janela partidária. Kicis afirmou que a posição de Weber foi “aulinha”.
Após ser ovacionado de pé, o Presidente diplomado @jairbolsonaro é submetido a aulinha de direitos humanos em longo discurso de Rosa Weber. pic.twitter.com/5QksYxmeA1
— Bia Kicis (@Biakicis) 10 de dezembro de 2018
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