O deputado licenciado Paulo Bauer (PSDB-SC) e o ex-presidente da Câmara Municipal de Joinville (SC) Fábio Dalonso (PSDB) negaram que parte da verba de gabinete da Câmara dos Deputados, em Brasília, tenha sido desviada. Em gravação obtida pelo Congresso em Foco, Bauer afirma que mandou contratar uma pessoa apenas para “emprestar o nome” e para que o salário fosse destinado a Dalonso.
Dalonso negou ter recebido qualquer ajuda financeira do deputado. Bauer ainda acrescentou que não houve contratação de três funcionários fantasmas cujos salários eram destinados ao parlamentar, como é apontado pelos ex-servidores Luzia Ribeiro dos Santos e José Cláudio Antunes da Silva, que foram marido e mulher e trabalharam para o deputado.
O ex-vereador disse que nunca poderia ter recebido dinheiro da forma descrita na gravação. “A gente toma todo cuidado do mundo”, afirmou Dalonso. “Não tem legalidade para se fazer isso. Isso não existe”, enfatizou. Dalonso atualmente trabalha como gerente de marketing e articula sua candidatura a deputado estadual pelo PSDB com o apoio de Bauer.
Perícia
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Bauer chegou a dizer, em entrevista ao Congresso em Foco, que as gravações não mereciam crédito porque poderiam ter sido editadas e que não foram submetidas a uma perícia. Em outros momentos, o deputado alegou ter feito as declarações para tentar obter mais informações de José Cláudio Antunes da Silva, seu interlocutor, que, naquele momento, prestava explicações sobre como vendeu créditos de passagens de Bauer.
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“Eu falei muita coisa para tentar saber do Cláudio o que ele tinha pra me contar”, afirmou o deputado licenciado e que, atualmente, é secretário de Educação de Santa Catarina. “Eu tive que criar situações e construir hipóteses e fatos para ver, evidentemente, do que se tratava e onde estava o problema dele.”
Bauer diz que a gravação deve ser analisada com reservas porque a conversa só aconteceu depois de uma denúncia de Cláudio e é ele mesmo quem faz a captação do áudio com seu chefe. “Isso tudo fica muito complicado de a gente administrar e de a gente compreender.”
Filme
Bauer afirma que não têm relação com a realidade as declarações de Lúzia Ribeiro segundo as quais ela foi funcionária fantasma em seu gabinete e mandou todos os seus salários ao deputado. “Ah, ah, ah, meu Deus do céu. Vamos ter que fazer um filme”, desdenhou.
O secretário de Educação afirma que fez as confirmações monossilábicas “Sei” quando Cláudio citou o chamado “acordo do tíquete”, mas isso não tem a ver com a interpretação de que os salários eram retidos e os fantasmas ficavam apenas com o benefício.
De acordo com Bauer, certa vez, Cláudio passou por problemas familiares e sua assessora Verena Loch Santos pediu que ele ajudasse o colega. “Agora, eu não sei que tipo de ajuda foi dada, o que foi feito. Por isso, foi dado tíquete, foi dado ajuda”, disse. “Quando ele me contou isso, eu disse: ‘Ah, sei’, porque eu não vou entrar na vida íntima do cara.”
Bauer diz esperar que todas essas questões sejam tratadas no Judiciário. Ele já tem um advogado cuidando exclusivamente do assunto.
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