Fábio Góis
O líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF), questionou a necessidade de parlamentares do Distrito Federal, sede do poder legislativo federal, terem direito à cota mensal de passagens aéreas. Em pronunciamento feito nesta segunda-feira (4) em plenário, Rollemberg exaltou as restrições impostas na semana passada à farra das passagens, mas defendeu que, caso um parlamentar do DF queira viajar utilizando dinheiro público, deve fazê-lo a serviço e previamente autorizado pela Mesa Diretora.
“Não há sentido a existência de uma cota para deputados do DF. Mas considero importante que eles tenham a prerrogativa de viajar e que a Mesa Diretora possa expedir o bilhete, sempre que houver necessidade, de uma viagem a trabalho de um parlamentar do Distrito Federal”, explicou o parlamentar.
Mas Rollemberg, que garante nunca ter usado sua cotas de passagens com familiares ou acumulado créditos com as viagens feitas, fez uma ressalva. Ele defendeu que, na condição de representantes federais, os deputados do DF também são instados a tratar de assuntos de interesse nacional fora de Brasília, e nesses casos as viagens pagas pela Câmara se justificariam.
“Esta Câmara precisa interagir com a comunidade científica, com o setor produtivo, com os trabalhadores, com a sociedade. Em última análise, somos representantes da população brasileira, eleitos por determinada unidade da federação, mas com a obrigação de defender os interesses nacionais, e não apenas os interesses da população de Brasília”, destacou o deputado, acrescentando que assuntos como os programas espacial e nuclear brasileiros, o desenvolvimento sustentável da Amazônia e a expansão da plataforma continental brasileira também demandam a participação de parlamentares do DF.
A polêmica sobre a farra das passagens teve início depois de uma série de reportagens deste site, iniciadas no começo deste ano, sobre o uso que senadores e deputados fazem de suas cotas mensais de viagens aéreas, custeadas com dinheiro público. Desde então, Câmara e Senado já anunciaram restrições ao benefício. Leia tudo aqui
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