De acordo com informações divulgadas hoje (29), o ministro da Justiça colocou o cargo à disposição da presidente Dilma Rousseff por receber cobranças de petistas que o acusam de não controlar a Polícia Federal. As críticas a Cardozo partem de defensores do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
O ministro é questionado pelos vazamentos dos conteúdos das delações premiadas da Operação Lava Jato, pela prisão do publicitário João Santana e de sua mulher Mônica Moura e também pelas investigações ao ex-presidente Lula. Cardozo argumenta que a corporação tem autonomia e que só pode atuar em caso de violação de direitos.
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A Associação dos Delegados, assim como Cardozo, cobra que a PF seja uma “polícia de Estado, técnica e autônoma, livre de pressões externas ou de orientações político-partidárias”.
Em discurso entoado no sábado (27) na cerimônia de aniversário do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo, Lula atacou a PF, se queixou de estar sendo perseguido pelas investigações e reforçou a torcida pela troca do ministro da Justiça.
De acordo com a Folha de S. Paulo, um dos cotados para suceder Cardozo na Justiça é o procurador baiano Wellington Cesar, ligado ao ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. Os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Wadih Damous (PT-RJ), dois dos principais defensores do ex-presidente Lula no Congresso, também têm seus nomes especulados.
Leia a íntegra da nota da Associação dos Delegados da Polícia Federal
Os Delegados da Polícia Federal receberam com extrema preocupação a notícia da iminente saída do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em razões de pressões políticas para que controle os trabalhos da Polícia Federal
Os Delegados da Polícia Federal receberam com extrema preocupação a notícia da iminente saída do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em razões de pressões políticas para que controle os trabalhos da Polícia Federal.
Os Delegados Federais reiteram que defenderão a independência funcional para a livre condução da investigação criminal e adotarão todas as medidas para preservar a pouca, mas importante, autonomia que a instituição Polícia Federal conquistou.
Nesse cenário de grandes incertezas, se torna urgente a inserção da autonomia funcional e financeira da PF no texto constitucional.
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal permanece compromissada em fortalecer a Polícia Federal como uma polícia de Estado, técnica e autônoma, livre de pressões externas ou de orientações político-partidárias.
Contamos com o apoio do povo brasileiro para defender a Polícia Federal.
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