Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) disse que o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi nomeado por indicação da presidente Dilma Rousseff, quando ela ainda era ministra de Minas e Energia.
Delcídio contou que Dilma e Cerveró se conheciam desde o tempo em que ela era secretária de Energia do Rio Grande do Sul. Preso desde quarta-feira (25) por obstrução à Justiça, o senador disse que conheceu o ex-diretor quando trabalharam juntos na diretoria de Gás e Energia da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso. As informações são da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e do Correio Braziliense.
Segundo Delcídio, Dilma o consultou sobre Cerveró em 2003, primeiro ano do governo Lula. A indicação do ex-diretor, preso e condenado pela Justiça Federal por corrupção, sempre foi atribuída a Delcídio e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O Palácio do Planalto rechaçou as declarações do ex-líder do governo.
“A presidenta Dilma Rousseff nunca consultou o senador Delcídio do Amaral ou qualquer outra pessoa acerca da nomeação de Nestor Cerveró para a diretoria da Petrobras. No período em que exerceu a função de ministra de Minas e Energia, nunca sequer foi consultada ou mesmo participou, em qualquer medida, dessa indicação”, diz a nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência. Ainda de acordo com o texto, “é público e notório” que Dilma “não manteve relações pessoais com Nestor Cerveró, seja antes ou depois da sua designação para a diretoria da Petrobras”.
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Em seu depoimento, Delcídio também citou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Segundo ele, o ministro da Justiça apenas deu um palpite ao comentar que o empreiteiro Marcelo Odebrecht seria solto em pouco tempo. A informação consta do áudio que levou à prisão do senador.
PublicidadeDilma responsabiliza Cerveró pelo “parecer falho” que a levou, como presidente do conselho administrativo da Petrobras, a aprovar a compra da refinaria de Pasadena, que causou prejuízo bilionário à estatal.
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