Em entrevista ao telejornal “Bom dia Brasil”, da Rede Globo, a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, alegou que Paulo Roberto Costa, delator de suposto esquema de corrupção na Petrobras, tinha credenciais para ocupar o cargo de diretor da estatal. Ele foi subordinado à Dilma por oito anos, quando ela era ministra de Minas e Energia e presidente do conselho de administração da empresa.
“A descoberta que ele fez isso [esquema de corrupção] é uma surpresa. Se eu soubesse que ele era corrupto, ele teria sido demitido imediatamente. Não compactuo e nunca compactuei com corrupção”, disse Dilma, na entrevista exibida nesta segunda-feira (22).
“Ele não foi escolhido fora dos quadros da Petrobras. Ele tem 30 anos dentro da Petrobras. Antes de ir pra diretoria, tinha carreira. Ele se credenciou para chegar à diretoria. Antes, no governo FHC, ele foi diretor da Gaspetro, que era um órgão importante. E foi gerente de exploração e prospecção. Quem eu escolhi é responsabilidade minha. No meu caso e no do Lula, não houve indicação política. Paulo Roberto Costa tinha credenciais pra ser escolhido diretor”, defendeu Dilma.
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Costa foi preso na Operação Lava Jato, deflagrada em março último pela Polícia Federal (PF). Ele é acusado de ter operado um esquema de desvio de recursos da Petrobras com participação de políticos e partidos.
“Crimes de corrupção não são praticados à luz do dia, têm de ser investigados. Fomos nós que descobrimos. Em outras épocas, a PF não tinha autonomia. Atualmente, se ela tiver indício, ela pode investigar doa a quem doer”, acrescentou.
Medo de Marina
PublicidadeUma das jornalistas perguntou se Dilma acha legítimo que sua campanha semeie o medo no eleitorado em relação à principal adversária Marina Silva (PSB). “Tudo o que eu falo está no programa de governo da Marina. Acho que estou alertando”.
“Um Banco Central independente significaria colocar um quarto poder na Praça dos Três Poderes. Em relação à redução do papel dos bancos públicos, quero saber como vão financiar as obras de infraestrutura. Ela [Marina] tem posição favorável aos bancos [privados]”, disse Dilma.
Economia
Dilma declarou ainda que “o Brasil está na “defensiva” em relação à crise internacional, protegendo salário, emprego e investimentos” e que qualquer mudança dependerá de uma melhora na economia dos Estados Unidos.
“A gente tem de ver como que evolui a crise. Os Estados Unidos evoluindo bem, eu acho que o Brasil pode entrar numa outra fase, que precise de menos estímulos. Pode ficar entregue à dinâmica natural da economia e pode, perfeitamente, passar por uma retomada”, avaliou Dilma.
Na entrevista, gravada neste domingo (21), uma das jornalistas observou que alguns países colocaram em prática a proposta de um Banco Central (BC) independente e os resultados foram positivos.
A candidata petista afirmou que, no Brasil, o papel do BC é perseguir “única e exclusivamente controle de inflação” e que todos os países têm dificuldade em alcançar o centro das metas de controle de preços. “Hoje, no mundo, ninguém está conseguindo cumprir todas as metas no ponto. Oscila. Lá também oscila”.
Educação
A presidente também foi questionada sobre o descumprimento das metas educacionais fixadas pelo Ministério da Educação para o final do ensino fundamental (sexto ao nono ano) e ensino médio, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Dilma ressaltou melhorias nos primeiros anos do ensino fundamental, mas reconheceu que o resultado em relação aos anos posteriores de ensino não é bom.
Clique aqui para assistir à íntegra da entrevista em vídeo
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