Preso desde fevereiro pela Operação Lava Jato, o engenheiro Zwi Skornicki, que representa o estaleiro Keppel Fels no Brasil, disse ter repassado US$ 4,5 milhões (cerca de R$ 15,2 milhões) para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. O pagamento, segundo ele, foi feito diretamente em uma conta do marqueteiro João Santana, na Suíça, e não foi declarado à Justiça eleitoral. As declarações foram prestadas pelo engenheiro para fechar um acordo de delação premiada. O documento já foi aceito pelo Ministério Público Federal e está nas mãos do juiz Sérgio Moro para homologação.
De acordo com o jornal O Globo, Zwi relatou que os pagamentos foram feitos entre setembro de 2013 e novembro de 2014. Ele disse ter feito nove repasses (de US$ 500 mil cada) por meio de uma offshore que mantém nas Ilhas Virgens Britânicas para uma conta suíça da Shellbil Finance S/A, offshore registrada na República Dominicana pertencente a João Santana e à mulher dele, Mônica Moura.
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Em depoimento prestado em fevereiro, Mônica associou os pagamentos à empresa do casal a contratos do estaleiro Keppel em Angola, onde o casal prestou serviços para o presidente José Eduardo Santos e o Partido Movimento pela Libertação de Angola.
Zwi disse ter feito os pagamentos ao casal a pedido do então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, também preso na Lava Jato. O estaleiro representado por ele no Brasil foi fornecedor e parceiro da Petrobras em contratos que envolveram US$ 3 bilhões, das plataformas P-52, P-56, P-51 e P-58.
Em nota, a presidente afastada Dilma Rousseff chamou de “mentirosas e levianas” as acusações do engenheiro e disse que apenas o tesoureiro de sua campanha, o ex-ministro Edinho Silva, tratou de arrecadação para sua campanha em 2014. O advogado da chapa Dilma/Temer, Flávio Caetano, declarou ao jornal O Globo que não houve caixa dois na campanha e que as contas eleitorais da dupla foram aprovadas pela Justiça eleitoral.
Leia a íntegra da reportagem do Globo
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