A defesa do presidente Michel Temer (PMDB) protocolou nesta quarta-feira (31) um pedido de reconsideração sobre a decisão do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a Polícia Federal (PF) a colher depoimento do presidente nos próximos dias. No pedido, os advogados de Teme solicitam que o depoimento seja realizado somente após concluída a perícia sobre a gravação feita pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS.
No caso de uma negativa do ministro, os advogados pedem que as perguntas não sejam com base na gravação. A defesa voltou a sustentar que Temer não pode prestar depoimento porque ainda não está pronta a perícia no áudio que gravou a conversa de Joesley com o presidente.
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“É de fácil percepção a absoluta impossibilidade de o Presidente da República fornecer respostas enquanto não finalizada a perícia deferida como prioridade por Vossa Excelência. Especialmente, impossíveis de ser respondidos seriam eventuais quesitos que digam respeito a uma gravação que, de antemão, já se sabe fraudada!”, diz a peça.
Em petição anterior, os advogados de Temer já haviam solicitado a suspensão da tentativa da PF de ouvir o presidente, investigado na Corte por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.
A decisão do ministro Edson Fachin sobre o depoimento de Temer foi tomada na tarde de ontem (terça-feira, 31). De acordo com o ministro, que atendeu a questionamento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre a forma como o depoimento deveria ser colhido, a PF deve enviar perguntas ao presidente por escrito e Temer terá 24 horas, após a entrega das perguntas, para responder aos questionamentos.
Fachin também determinou o envio imediato do inquérito que investiga o presidente à Polícia Federal, para conclusão das investigações. De acordo com o ministro, isso deverá ser feito no prazo de até dez dias.
PublicidadeAinda ontem, o relator da Lava Jato também decidiu separar as investigações de Temer da investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). No mesmo inquérito de Temer, também é investigado Rocha Loures, que apesar de perder o foro privilegiado nessa terça-feira (30) é investigado por relação direta com os fatos apurados no inquérito aberto para investigar o presidente. Já no inquérito de Aécio, também serão investigados Andréa Neves, sua irmã, e seu primo Frederico Pacheco.
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