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Aliados de Benedito dizem que, por exemplo, nunca o promotor Rodney Silva, coordenador de Gestão Integrada, seria pressionado pelo chefe. De acordo com a legislação brasileira, os membros do Ministério Público têm independência funcional e não são obrigados a cumprir as ordens dos colegas mais antigos, mesmo do procurador-geral.
Além disso, afirmam que, se Benedito quisesse ajudar o bicheiro Carlinhos Cachoeira, teria vazado informações a Demóstenes ou ao contraventor em março de 2011. Como mostrou o Congresso em Foco, o pedido de prisão da quadrilha estava pronto há um ano, mas discussões jurídicas atrasaram essa medida. Em março de 2011, dizem os aliados do procurador-geral, Benedito estava reunido com os colegas do Grupo de Combate ao Crime Organizado decidindo se pediam a prisão do bicheiro, como queria a Polícia Federal, ou se remetiam o caso para a Justiça Federal. Como mostrou o site, a opção foi a segunda.
Prisão de Cachoeira atrasou um ano
Mas não é essa a visão de adversários do procurador-geral e de seu irmão, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), que também já chefiou o MPGO. Para eles, o mínimo que Benedito Torres poderia fazer era se afastar, até porque seria impossível ele não saber das relações próximas do próprio irmão com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Cachoeira, lembram, esteve no casamento de Demóstenes e deu a ele e à sua mulher presentes caros, itens importados de cozinha.
Além do mais, há uma preocupação explícita e também velada com a credibilidade da instituição. Um procurador de Justiça rememora constrangimento pelo qual passou um colega dele depois de conseguir a condenação de um assassino no Tribunal de Júri. Algemado, o réu foi conduzido à saída do fórum pelos policiais e parou para conversar com o promotor: “Doutor (sic), eu tô preso, né? Então… quando é que vocês vão prender o Demóstenes?”, desdenhou. Para esse procurador, fica difícil trabalhar quando a sociedade, e até os criminosos, não acreditam na isenção do Ministério Público.
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