O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ironizou o PT pelo vazamento da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), divulgada pela revista IstoÉ. O peemedebista diz que ainda não leu a reportagem, mas que acha “graça” da reação dos petistas no episódio e que fica em uma “situação privilegiada” diante das denúncias de que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula sabiam de irregularidades na Petrobras e tentaram interferir nas investigações da Operação Lava Jato.
Cunha cobrou “coerência” do PT. “Delação nos olhos dos outros é pimenta, nos olhos deles é refresco. Eu gostaria muito de assistir hoje o discurso do PT depois dessa nova delação. Um discurso usando o argumento que ele usa como defesa e ele usa (antes) como ataque a mim. Não estou nem dizendo que está certo ou errado um ou outro. Estou dizendo que tem que ser coerente. O PT não é coerente, só é coerente para se defender. Agora, para atacar os outros, o que ele usa para se defender não vale. É muito engraçado a gente assistir a isso. Fico numa posição privilegiada ali, assistindo tudo isso e acho graça dessas posições do PT”, afirmou.
Cunha sempre acusou o governo e o PT de estarem por trás do vazamento das delações premiadas que o incriminam. O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nessa quarta-feira (2) maioria para recebimento da denúncia contra o peemedebista por corrupção e lavagem de dinheiro. Os ministros retomaram há pouco o julgamento. Caso nenhum dos que já votaram mude sua posição, o presidente da Câmara passará a figurar como réu no Supremo. Ele diz que não se afastará do cargo mesmo respondendo a ação penal.
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A revista, que antecipou a edição do fim de semana, afirma ter tido acesso a um documento de 400 páginas com o conteúdo do depoimento preliminar de Delcídio aos procuradores da operação. Nessa fase, o acusado cita nomes e fatos que pretende delatar. Para ter validade, a delação precisa ser homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo.
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