O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, divulgou nota nesta sexta-feira (2) afirmando que não possui contas bancárias sigilosas na Suíça. Ele reiterou o conteúdo de seu depoimento prestado à CPI da Petrobras, em março. Na ocasião, ele negou ter qualquer conta no exterior.
Segundo o peemedebista, os escândalos divulgados contra ele são patrocinados pelo PT. Ele afirma que o partido está agindo de forma a retaliá-lo por ser um contestador das “ilicitudes praticadas na Petrobras”.
“À evidência de que essa série de escândalos foi patrocinada pelo PT e seu governo, não seria possível retirar do colo deles e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT, os inúmeros ilícitos praticados na Petrobrás.”
Na quinta-feira (1º ), a Procuradoria-Geral da República confirmou que o Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil investigação que tramita no país europeu contra Cunha. A entidade suíça diz ter encontrado cerca de US$ 5 milhões em contas em nome de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e da esposa, Cláudia Cruz. Este seria o mesmo valor que o presidente da Câmara teria recebido em propinas da Petrobras.
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A denúncia afirma que o nome de Cunha, de Cláudia e de uma de suas filhas aparecem como responsáveis pela movimentação financeira. Os dados foram encaminhados às autoridades brasileiras para que o crime de lavagem de dinheiro seja investigado no país.
O parlamentar peemedebista vem sofrendo pressão dos colegas da Câmara para falar sobre a denúncia, mas até então se mantinha em silêncio sobre o assunto.
Confira íntegra da nota:
Com relação às notícias veiculadas acerca de supostas movimentações financeiras no exterior, atribuídas ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, esclarecemos:
1) O presidente desconhece o teor dos fatos veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real do que vem sendo divulgado. Assim que tiver ciência, por meio de seus advogados, o presidente se manifestará.
2) O presidente reitera o teor do seu depoimento prestado a CPI da Petrobrás de forma espontânea.
3) O presidente reafirma seu posicionamento na nota divulgada no dia 20 de agosto de 2015 onde entre outras observações, destacou:
“Também é muito estranho não ter ainda nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado.”
4) Diante desses fatos causa muita estranheza a divulgação seletiva de notícias visando unicamente constranger o presidente da Câmara, em contrapartida ao silêncio sobre fatos graves que não foram objeto de divulgação alguma.
Refutamos a tentativa contínua de transformar o presidente da Câmara no principal foco da investigação.
5) O presidente continua absolutamente tranquilo realizando seu trabalho com a mesma lisura e independência, confiando plenamente na isenção e imparcialidade do Supremo Tribunal Federal.