Marcos Rogério, que já sinalizou que pedirá a cassação do peemedebista, deve entregar suas conclusões ao colegiado nesta terça-feira. “Estou confiante de que não tenho nenhuma culpa nos fatos elencados. Eu não menti à CPI. O Conselho é soberano e, em última instância, será o plenário. Se o devido processo legal não estiver sendo respeitado, haverá nulidade”, disse Cunha.
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Ele afirmou que não tem dúvida de que seu processo será anulado. “Me cabe recurso à Comissão de Constituição e Justiça e eu o farei pelas nulidades presentes no relatório, se ele (o relator) as mantiver. E não tenho dúvida que vai tornar nula toda essa votação”, reforçou.
Na entrevista, o deputado afastado voltou a negar que tenha feito manobras para trocar membros do Conselho de Ética até que a composição lhe favorecesse. “As postergações decorreram das atuações antirregimentais do presidente do Conselho (José Carlos Araújo) e do próprio relator”, declarou.
Com quase sete meses de tramitação, o processo contra Cunha é o mais longo da história do Conselho de Ética da Câmara. Ele é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras ao negar ter contas bancárias no exterior.
Destituição de relator
PublicidadeEm seu depoimento ao colegiado, no último dia 19, Cunha anunciou que recorreria novamente à CCJ para tentar destituir Marcos Rogério da relatoria. O peemedebista alegou que, por ter trocado o PDT pelo DEM, partido que faz parte hoje do mesmo bloco do PMDB, Marcos Rogério está impedido de relatar a sua representação.
A estratégia foi utilizada pelo deputado afastado no ano passado, quando solicitou a destituição do antigo relator, Fausto Pinato (SP), que trocou o PRB pelo PP, legenda que fazia parte do bloco que elegeu o peemedebista à presidência da Câmara.
O argumento de Cunha foi contestado por Marcos Rogério. “Vale o bloco do início da legislatura. Se valesse aquele do momento em que os fatos se deram, o deputado Fausto Pinato não teria sido impedido”, rebateu o deputado rondoniense na ocasião.
No mesmo depoimento ao Conselho de Ética, Cunha reiterou que não mentiu à CPI da Petrobras, em março do ano passado, ao dizer que não possuía contas no exterior. Ele repetiu que não é o titular, apenas o “beneficiário” dos recursos depositados em conta na Suíça.
De acordo com investigadores da Lava Jato, as contas atribuídas ao deputado no país europeu receberam depósitos de US$ 4,8 milhões e de 1,3 milhões de francos suíços, equivalentes a mais de R$ 23 milhões. Cunha afirmou aos deputados, nesta manhã, que constituiu um “trust” para administrar os recursos. Segundo ele, o dono do dinheiro é o “trust”, e não ele.
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