Na votação de quarta-feira (24) do projeto de combate às empresas corruptoras, houve um voto em separado apresentado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como texto alternativo ao relatório de Carlos Zarattini (PT-SP). Algumas sugestões do peemedebista foram incorporadas ao projeto que pune empresas envolvidas em corrupção.
Desde o envio da proposta, em 2010, interferências de Cunha atrasaram o andamento do projeto. Investigado pela Procuradoria Geral da República em suspeitas de sonegação fiscal operada por meio da Refinaria de Manguinhos, do empresário Ricardo Magro, o deputado pediu vista da proposta há três anos e tem apresentado vários textos alternativos.
Para o presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Álvaro Sólon França, Cunha era “o principal” obstáculo ao andamento da proposta desde 2010. “Agora, como líder do PMDB, essa obstrução ganhou mais peso”, destacou.
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Mas, no ano passado, Cunha registrou em seu blog que não trabalhou contra o projeto e que atuou sob a orientação de lobbies. Disse ser “francamente favorável” à proposição, “com óbvios ajustes de redação que todo projeto absorve quando debatido na Câmara”.
Ontem à noite, o deputado disse ao Congresso em Foco que não irá recorrer para que a proposta seja analisada no plenário. Ele preferiu não responder se estava contente com o relatório aprovado. “Não existe feliz ou infeliz, existe acordo”, disse Cunha.
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