O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) chamou de “negociata” a entrega do Ministério das Comunicações a André Figueiredo (PDT-CE), que até então era líder da legenda na Câmara dos Deputados. O parlamentar criticou que seu partido, há menos de um mês, rompeu com o governo na Casa legislativa e, agora, promete apoio à presidente Dilma Rousseff dentro do Congresso.
“Isso chama-se negociata. Não é negociata em que se põe dinheiro necessariamente, não vou chamar isso de um mensalão, mas é uma forma de negociata em troca de votos dentro do Congresso”, disse ele.
A elevação do tom da crítica ao seu partido foi proliferada poucas horas antes do anúncio da presidente Dilma. Cristovam disse que leu nos jornais sobre a indicação da bancada do PDT na Câmara a um cargo no Executivo, “porque essas coisas são feitas de uma maneira que nem mesmo nós tomamos conhecimento”.
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O senador ainda disparou contra o presidente da legenda e ex-ministro do Trabalho dos governos de Lula e Dilma, Carlos Lupi. Segundo ele, Lupi conseguiu manter o partido vivo e participante da vida nacional mesmo após a morte de Brizola, mas fez com que o PDT só seja lembrado pela opinião pública como uma sigla em busca de cargos. “O PDT está se transformando, dia após dia, em um partido que não representa um projeto alternativo para o Brasil”, disse ele.
“Agora, isso não seria mal (cargos no Executivo) se fosse com um Governo em que nós víssemos uma proposta alternativa para o Brasil neste momento. Falo do momento em que o Brasil precisa de uma mudança de rumo e que Brizola tanto nos liderou defendendo isso”, completou.
Cristovam estendeu as críticas à presidente Dilma. Segundo ele, ao aceitar o cargo no referido ministério, o PDT está se aliando a um governo que conviveu com as ações de corrupção e com desestabilidade econômica.
Publicidade“Um Governo exaurido, que destruiu, pelo menos pelos próximos vinte anos, a Petrobras, uma instituição, inclusive, criada durante o governo de Getúlio Vargas. Destruir a Petrobras, como está destruída… E vai se recuperar, vai levar 20, 30 anos”, opinou o senador.
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