Acusado pelo vice-governador do Distrito Federal, Renato Santana, de ser o responsável por “agilizar” pagamentos de dívidas pendentes de 2014 pela organização de eventos culturais na cidade, o empresário Marcelo Radical negou ter feito parte do esquema e se disse injustiçado. “Essa denúncia é irresponsável, distorcida”, atacou o empresário, afirmando ser vítima de “armação”.
As declarações de Marcelo foram dadas à CPI da Saúde da Câmara Legislativa nesta quinta-feira (24). Ele negou que tenha participado de qualquer intermediação para liberação de pagamento de dívidas de contratos junto à Secretaria de Fazenda, assegurando aos distritais que jamais teve qualquer elo com servidores que poderiam agilizar pagamentos. Segundo Santana, o empresário seria o responsável por adiantar pagamentos de dívidas pendentes de 2014 pela organização de eventos como Festival de Cinema, Fifa Fan Fest, Motocapital e festa de réveillon.
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Acompanhado de dois advogados, Radical informou aos distritais da CPI que está processando o vice-governador por ter dito em depoimento na mesma CPI que ele estaria atuando junto a outros empresários para agilizar pagamentos de contratos na área da cultura. “Eu trabalho honestamente, não recebo o pagamento e ainda sou chamado de ladrão”, protestou Marcelo.
Ele disse que, assim como ele, mais de cem empresários foram prejudicados pelos atrasos no cronograma previsto para pagamento das dívidas. “O tempo passou e nada. A dívida continua”, reclamou, lembrando que muitos empresários “quebraram” em virtude de empréstimos que realizaram para continuar trabalhando no DF. O empresário comentou que com suas explicações esperava “um ponto final nessa história”.
Procurado pelo Congresso em Foco, o vice-governador não respondeu até o fechamento desta reportagem. Santana já depôs à CPI em julho, após virem à tona gravações em que ele aparece conversando com a sindicalista Marli Rodrigues (SindSaúde) e dizendo ter informação de supostos esquemas fraudulentos no âmbito da Secretaria de Fazenda.
Na ocasião, Santana relatou que recebe inúmeras denúncias diariamente sobre problemas do governo – e sempre as repassa para as autoridades competentes. “Recebi de empresários a denúncia de que havia agentes públicos na Secretaria de Fazenda cobrando benefícios para facilitar pagamentos junto à pasta”, relatou.
Ausências
Em meio à uma crise político-policial causada pelas ações da Operação Drácon, a CPI da Saúde estava esvaziada nesta quinta-feira. Envolvidos nas denúncias, Cristiano Araújo (PSD) e Bispo Renato (PR) não compareceram. Figurinha carimbada nas reuniões do colegiado, Celina Leão (PPS) também não foi. Ao todo, seis parlamentares estão sob acusação, cinco deles com o afastamento solicitado pelo Ministério Público local (MPDFT) no início desta semana.
Com informações da Agência CLDF