O lobista Júlio Camargo não é o único alvo da empresa de investigações Kroll, contratada pela CPI da Petrobras. Outros três delatores da Operação Lava Jato também estão na mira da empresa. Segundo o jornal O Globo, os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef também estão sendo vasculhados em busca de contradições que possam provocar a anulação das delações que complicaram a situação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Youssef foi o primeiro delator a afirmar que Cunha pressionou pelo pagamento de propina a partir de contratos de aluguel de navios-sonda na Petrobras, utilizando requerimentos de investigações na Câmara. O depoimento do doleiro serviu de base para a abertura de inquérito por corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra o peemedebista no Supremo Tribunal Federal (STF).
No último dia 16, Júlio Camargo agravou a situação do presidente da Câmara ao confirmar o depoimento de Youssef e ao declarar que o deputado cobrou pessoalmente o repasse de US$ 5 milhões em propina, relativos aos contratos dos navios-sonda. A contratação da Kroll foi articulada pelo presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), e pelo sub-relator da comissão André Moura (PSC-SE), aliados de Cunha. Os serviços da empresa já consumiram R$ 1 milhão à Câmara e serão objeto de novo aditivo, segundo o Globo.
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De acordo com a reportagem, a lista de investigados pela Kroll era formada, inicialmente, por 15 nomes. Foi reduzida, em seguida, a 12. E, por fim, a quatro delatores. Os nomes, porém, são mantidos em sigilo pela CPI sob o argumento de que a revelação poderia prejudicar as apurações. Mas, segundo o jornal carioca, fontes próximas a André Moura e Hugo Motta confirmaram as investigações sobre Júlio Camargo, Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa.
O uso da Kroll para vasculhar os depoimentos de Júlio Camargo foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, na edição de ontem. Após a divulgação da reportagem, Eduardo Cunha divulgou nota em que nega qualquer ingerência sobre a CPI e diz que a Câmara tratou apenas da “contratação administrativa” da empresa.
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