A CPI mista da Petrobras, instalada no Congresso, deve decidir na manhã da próxima quarta-feira (10) os próximos passos do colegiado em razão dos depoimentos prestados por Paulo Roberto da Costa, ex-diretor da estatal, mediante acordo de delação premiada. Nos depoimentos, Costa revelou um esquema de pagamento de propina que teria envolvido a base aliada do Palácio do Planalto e o ex-presidenciável do PSB Eduardo Campos.
O presidente das CPIs instaladas para apuração de supostas irregularidades na Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou hoje ter pedido à Justiça Federal do Paraná cópia dos depoimentos, segundo a Rádio Senado.
As comissões já têm acesso às informações da Operação Lava Jato, deflagrada em março deste ano pela Polícia Federal para desbaratar esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Costa e o doleiro Alberto Youssef foram presos na operação.
Líder do PPS na Câmara, o deputado Rubens Bueno pediu uma reunião extra da CPI mista antes de quarta à tarde, quando o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró deve ser ouvido pelos parlamentares. O presidente do colegiado marcou reunião para a manhã de quarta.
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“Já solicitei as informações ao juízo competente. E me antecipei em marcar uma reunião de líderes para que, antes de ouvirmos Nestor Cerveró, já tenhamos algumas notícias para darmos à sociedade”, disse Vital do Rêgo, que também pediu acesso ao conteúdo dos depoimentos ao Supremo Tribunal Federal.
De acordo com reportagem da última edição da revista Veja, Costa afirmou que três governadores, seis senadores, um ministro e pelo menos 25 deputados federais foram beneficiados pelo esquema de propina.
Em nota, a assessoria da estatal afirmou que é de interesse da direção da empresa “ver a conclusão de todas as investigações em curso”. De acordo com a nota, a Petrobras também pediu acesso às informações fornecidas por Paulo Roberto Costa. “Para subsidiar as comissões internas de apuração já instaladas, a Petrobras enviou cartas às empresas citadas nos veículos de comunicação solicitando dados sobre a existência de seus contratos com empresas ligadas a Alberto Youssef e sobre qualquer envolvimento com as atividades da investigação”, consta da nota.
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