Corregedoria do MP vai investigar palestras de Deltan Dallagnol
A comercialização de palestras do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, será alvo de investigação na Corregedoria Nacional do Ministério Público.
A polêmica em torno das apresentações remuneradas do procurador surgiu com a notícia, na Folha de S.Paulo, de que uma empresa estava oferecendo em seu site palestras de Deltan por R$ 40 mil. Em seguida, a página foi retirada do ar e substituída por uma mensagem informando que a oferta não havia sido autorizada pelo palestrante.
A colunista Mônica Bergamo, da Folha, informou que o procurador pediu à empresa para retirar as informações do site “imediatamente. Ele afirmou não possuir contrato com a Motiveação nem com outras empresas. Por sua vez, a Motiveação dizia tê-lo no seu casting há um ano, de acordo com a colunista.
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PublicidadeSegundo o Valor Econômico, o Conselho Nacional do Ministério Publico informou que não existe norma que oriente esse tipo de atividade. O órgão não respondeu ao jornal se existe algum dispositivo legal que autorize a comercialização de palestras.
O coordenador da força-tarefa da Lava Jato foi alçado ao grau de visibilidade máxima na mídia, em mais de três anos de atuação, e é ativo nas suas redes sociais. Dias depois da polêmica, segundo o Valor, o próprio Deltan postou em seu Facebook estar “convicto” de que seu papel na sociedade “não se restringe apenas à esfera judicial, cabendo atuar na área acadêmica e cidadã”.
A reclamação disciplinar contra o coordenador da força-tarefa será analisada pelo corregedor Cláudio Portela, que terá três alternativas: arquivar o caso, abrir uma sindicância ou determinar a abertura de um processo administrativo disciplinar (PAD), caso considere que há indícios suficientes de infração e autoria.
Cannes Lions mostra a criatividade da comunicação feita no Brasil
Os mais influentes profissionais da publicidade, do marketing, de PR e de comunicação se encontram anualmente no Festival Internacional Cannes Lions, no sul da França. Em 2017, foram mais de 41.100 projetos inscritos e também o ano em que o Brasil conquistou dez Leões em PR, um recorde. O Brasil é o terceiro maior participante, atrás dos EUA e do Reino Unido.
No mundo atual, marcado pela ubiquidade da comunicação digital, a atividade de PR (relações públicas) está se tornando cada vez mais importante e influente. No contexto midiático e dominado pela expansão das redes sociais, ainda se enfrenta a questão das notícias falsas, mas também a tecnologia permite a checagem das informações em poucos minutos.
Este ano, os cases vencedores representaram uma volta à essência da comunicação. Na visão de Kiki Moretti, CEO do Grupo In Press, mostraram um equilíbrio entre criatividade, estratégias interessantes de PR e preocupação com resultados mensuráveis e ancorados em dados. Tudo embalado em histórias bonitas e reais, refletindo as emoções nossas de cada dia.
No case vencedor do Glass Lions, Fearless Girl, a estátua de uma menininha destemida encara o emblemático touro de Wall Street, símbolo do mercado financeiro. Mostra o crescente empoderamento feminino num mundo de executivos predominantemente masculino. O cliente da campanha, uma instituição do mercado financeiro, se comprometeu a ampliar o número de mulheres em cargos de direção.
O Festival Cannes Lion está mostrando também a mudança de patamar e a inovação das agências de relações públicas e de comunicação no Brasil. Elas eram vistas, até pouco tempo atrás, como bureaus de assessoria de imprensa. Agora, mostram o novo papel do PR, guardando aderência ao objetivo principal da atividade de relações públicas, de criar conexões pelo diálogo entre as pessoas e as marcas. Cannes está sendo o palco para mostrar que os profissionais brasileiros trabalham de forma integrada e conectados aos novos protagonistas da comunicação.
A essência da comunicação é saber contar histórias e a do PR é legitimar o relacionamento entre as marcas e as companhias e seus objetivos. O foco deve estar voltado para causas que reflitam a vida real, os desejos, os sonhos e esperanças das pessoas. Histórias reais contadas num mundo cada vez mais virtual.
Janot usa postagem de Aécio em rede social para reforçar pedido de prisão
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aproveitou uma postagem no Facebook do senador Aécio Neves para reforçar o pedido de prisão do parlamentar mineiro. Aécio quis demonstrar “trabalho” ao postar sua agenda na rede social e cometeu um erro estratégico.
O senador publicou foto da reunião que teve com colegas tucanos e reforçou na legenda: “Na pauta, votações no Congresso e agenda política”.
O post foi dias antes do julgamento no Supremo Tribunal Federal do pedido de prisão preventiva de Aécio, feita pelo PGR. A postagem mostrou que o senador continua exercendo suas funções, conforme revelou em suas redes sociais, afirmou Janot, reforçando o pedido da decretação da prisão preventiva, em análise no Tribunal.
O episódio mostra a importância de uso estratégico nos perfis das redes sociais. Não há espaço para amadorismo, especialmente de lideranças políticas.
Ministro da Justiça se irrita e abandona entrevista
Irritado com uma pergunta feita em entrevista na Rádio Gaúcha, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, simplesmente retirou o fone do ouvido e foi embora. A repórter Kelly Mattos contou no Twitter que a pergunta que o incomodou foi de que teria se tornado ministro para barrar a Lava Jato. “É uma teoria esquizofrênica”, respondeu irritado, antes de ir embora.
O bom porta-voz deve saber manter e controle e a calma, esse é um dos aprendizados básicos em media training. Brigar com o jornalista e abandonar uma entrevista faz parte dos “don’t do it” do manual de relacionamento com a imprensa.
O enfraquecimento da primeira-ministra britânica Thereza May
O Reino Unido e a primeira-ministra, Thereza May, vivem uma espécie de inferno astral. Nos últimos três meses, os britânicos sofreram quatro atentados.
Ao assumir o governo, em julho do ano passado, a primeira-ministra sabia do enorme desafio de conduzir o Brexit, a saída da Inglaterra da União Europeia. Mas desde então, as coisas não têm dado certo para Thereza May, que num erro de cálculo político antecipou eleições legislativas e perdeu a maioria no Parlamento.
Sua condução como líder nos atentados em Westminster e Manchester, em maio, e no Borough Market, em junho, e no incêndio de um prédio (Grenfell Tower), foi muito criticada. Ela demorou dias para conversar com os sobreviventes e provocou protestos em várias partes de Londres. A liderança de Thereza May está abalada e os desacertos só agravam a situação. A própria rainha Elizabeth resumiu a situação do país numa mensagem: o clima está sombrio.
Na tragédia do incêndio que provocou a morte de 79 pessoas, Thereza May foi alvo de muitas críticas e chegou a ouvir ofensas enquanto foi escoltada pela polícia para sair de uma igreja londrina. Ela foi chamada de “covarde” e “não te queremos aqui”. Na primeira visita ao local, encontrou-se com bombeiros, mas não com as vítimas. Depois das críticas pela condução da tragédia, anunciou uma ajuda de cinco milhões de libras para as famílias afetadas.
Em crises de imagem, a demora em reagir e a falta de solidariedade às vítimas são erros de comunicação que podem gerar danos ainda maior de representatividade.
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