Eduardo Militão
A copeira Tânia Márcia Vieira Borba, 42 anos, negou repassar parte de seus salários para acusados de organizarem um esquema de venda de vagas de garçons e copeiras terceirizadas na Câmara. Ela refutou as afirmações de que deixava de dar expediente no Legislativo enquanto fazia trabalhos particulares para a encarregada geral da empresa Unirio Manutenção e Serviços Ltda., que mantém contrato com a Câmara.
Como mostrou o Congresso em Foco, a ex-servidora da Unirio Fabiana Sousa Soares disse que Tânia não trabalhava e que parte de seus salários ficavam com a encarregada geral, Patrícia Guedes Silva. Já a ex-copeira da mesma empresa Nelza Cândida Rodrigues afirma que Tânia não ia à Câmara porque estava na casa de Patrícia. A Polícia Legislativa investiga o caso.
Em entrevista ao site nesta sexta-feira (18), Tânia Márcia classificou todas as acusações de “difamação”. Afirmou que Fabiana e Nelza não têm credibilidade e nem provas para sustentarem o que dizem.
Tânia disse que não poderia ter trabalhado na casa de Patrícia: “Eu nunca fui faxineira”. Também afirmou que jamais entregou salários seus à encarregada geral. A copeira fez a mesma declaração à polícia. “Eu sou petista, eu luto pela política justa”, asseverou.
Com 15 anos como servidora terceirizada na Câmara, ela disse que pegou vários atestados médicos, por um período em que não se recorda. As ausências de Tânia foram motivadas pelo estado em que ficou quando sua filha faleceu um dia antes de completar 16 anos.
“Minha filha morreu e eu não admito que alguém use isso contra mim”, protestou a copeira, que trabalha no anexo IV da Câmara.
Para Tânia, as denúncias são fruto das divergências pessoais entre Fabiana e Patrícia. Ela também acredita que o relacionamento passado que teve com a encarregada geral contribuiu com isso. De acordo com Tânia, antes de sua filha morrer, ela saía muito e almoçava com Patrícia e outras colegas de trabalho. Depois do falecimento da adolescente, reduziu sua vida social.
Distribuição
A copeira reclamou que ontem e hoje outras colegas de trabalho imprimiram e fotocopiaram as reportagens do Congresso em Foco sobre o assunto e distribuíam pela Câmara. “Usaram o xerox da Câmara, patrimônio público”, reclama Tânia.
A copeira também disse acreditar que não existe sistema de venda de vagas de terceirizados na Casa. Afirma que sequer ouviu comentários sobre isso pelos corredores. Como exemplo, Tânia mostra seu esforço frustrado de ascensão profissional: “Lutei por uma vaga de recepcionista e nunca consegui”.
Ela diz que ingressou na Câmara como ajudante de limpeza. Depois, conseguiu a vaga de copeira. Tânia diz que entrou na Casa sem comprar vaga, à época em que Patrícia Guedes ainda era copeira ou secretária da limpeza.
Leia também:
Câmara apura esquema de venda de vaga de garçom
Copeiras eram desviadas da função, diz denunciante
Deixe um comentário