A iniciativa, que tem apoio do Congresso em Foco, pretende estimular as pessoas a refletirem sobre a aplicação no cotidiano dos conceitos de ética, senso de justiça, isenção, busca pela igualdade e respeito às diferenças e às leis. Na apresentação do projeto, que reuniu ministros de tribunais superiores, juízes e desembargadores de todo o país, João Ricardo defendeu que a sociedade seja cada vez mais crítica em relação às decisões tomadas pelos poderes.
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“A cidadania que critica é uma cidadania que se preocupa. Se o Estado está com problemas, o povo está com problemas. Estamos resolvendo os litígios agudos da política em um momento que a própria ética social é exposta. Com essa campanha nós optamos por fazer esse enfrentamento. E, ao fazê-lo, nossa proposta é estimular uma reflexão do papel de cada cidadão e das decisões que tomamos em todos os âmbitos da vida”, destacou.
“É momento de buscar entendimento naqueles segmentos que querem serenidade, construir uma agenda positiva para o Brasil. Os lados polarizados não estão tendo condições de formular uma proposta para o país. Esse é o ideal que nos move nesse momento, nessa campanha”, acrescentou o presidente da AMB.
O vice-presidente de Comunicação da associação, Gil Guerra, explicou que a campanha tem a missão de despertar em cada um a “consciência contextualizada”. “Essa ação nos faz refletir sobre responsabilidades diante das escolhasque fazemos. Não só na ótica do magistrado, mas como cidadãos. Todos os dias tomamos decisões, desde as mais simples, atéas mais difíceis. Se torna automático e não percebemos os valores e os pesos das decisões e como isso reflete na vida das pessoas”, reiterou ao anunciar o lançamento da campanha.
Na ocasião também foi lida a “Declaração de valores da magistratura e da sociedade brasileira”. O texto é uma espécie de carta de princípios em que magistrados e demais cidadãos brasileiros se comprometem a atuar juntos na defesa da igualdade de direitos, da ética, da honestidade e na busca incessante pela justiça (veja a íntegra aqui).
Publicidade“Este é um momento importante da magistratura e do país. Não é uma campanha de marketing, mas de causa. É um momento em que o país necessita que todos juntos, encabeçados, passemos por um novo tempo, tempo de construir o Brasil. A campanha tem objetivo de valorizar o papel do magistrado enquanto um dos grandes representantes, grandes atores do estado democrático de direito”, disse Patrícia Marins, sócia-diretora da InPress Oficina, agência idealizadora da campanha.
“Queremos trazer para a sociedade a reflexão sobre o ato de decidir. Se cada brasileiro começar a pensar nas pequenas decisões, podemos construir um país melhor e com mais respeito ao próximo. Queremos levar essa campanha para toda a sociedade”, acrescentou Patrícia.
A campanha #SomosTodosJuízes terá três fases. Uma mostra da primeira etapa foi dada ontem com a exibição de um vídeo no qual crianças contam as dificuldades que enfrentam, no seu dia a dia, para tomar decisões – banais para muitos, mas desafiadoras para elas. Outros vídeos nessa mesma linha serão publicados pela entidade nas redes sociais e em veículos de comunicação que apoiam a iniciativa.
De acordo com o presidente da AMB, a campanha pretende combater, desde a infância, a disseminação da velha cultura de “levar vantagem em tudo”.
Na segunda etapa, serão divulgados vídeos com profissionais das mais diversas áreas e juízes conversando sobre os desafios, as similaridades e as diferenças entre suas profissões. Celebridades e fornecedores de opinião participam da terceira fase para divulgar e reforçar o conteúdo de toda a iniciativa.
João Ricardo destacou ao Congresso em Foco que a campanha pretende humanizar a figura do juiz e provocar na sociedade o reconhecimento da dificuldade do ato de julgar, e aproximar a Justiça e o cidadão. Na avaliação do magistrado, o projeto garante visibilidade ao debate sobre a questão cultural da corrupção e o papel do Judiciário no país.
O evento contou com a presença dos ministros Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Herman Benjamin e Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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