Dia desses li que a Comissão Europeia multou a Áustria por falsificar estatísticas financeiras. Segundo consta, dada investigação revelou uma manobra contábil que permitiu esconder perdas de milhões de Euros, ajudando o país a enganar os demais membros da União Europeia, reportando um valor de dívida nacional muito abaixo da realidade.
Trata-se de uma realidade deplorável, esta das estatísticas oficiais fraudadas – ao fim do cabo, fazendo-se de besta, digo, iludindo-se a população, responsabilidades deixam de ser atribuídas e problemas sérios que deveriam ser discutidos e resolvidos permanecem ocultos e intocados.
Decidi fazer uma rápida pesquisa em meu banco de dados, buscando mais informações sobre esta praga. Em poucos segundos descobri uma denúncia segundo a qual a Polícia de Osaka, no sério Japão, deixou de registrar nada menos que 81.000 crimes entre 2008 e 2012 – uma fraude de incríveis 10% nos índices de criminalidade!
No Reino Unido, um recente relatório demonstrou que 25% dos crimes sexuais e 30% dos que importam em violência contra a pessoa não são registrados pela polícia para fins estatísticos. Constatou-se que, entre 2012 e 2013, aconteceram naquele país 4,5 milhões de crimes, e não 3,7 milhões, conforme divulgado pelas autoridades.Leia também
Na Irlanda, um inquérito divulgado nos idos de 2011 demonstrou que os índices de criminalidade eram 38% mais altos que aqueles trombeteados pelas autoridades governamentais. Nos EUA, um jornal revelou uma incrível lista de 14.000 crimes violentos que haviam sido registrados pela polícia como singelas “ofensas menores”.
Busquei colher exemplos de como se faz o povo de idiota, digo, de como se maquiam os números. Descobri até casos nos quais vítimas de homicídio foram registradas como tendo tido “morte decorrente de causas indeterminadas”, por conta de a investigação não ter sido encerrada. E o caso de servidores que acionaram centenas de vezes os próprios serviços nos quais trabalhavam, inflando os índices de atendimento e eficiência!
Mudar essa triste realidade é possível. Eis aí um objetivo ao alcance da sociedade civil organizada – de todos nós, enfim. Há, claro, a alternativa da omissão. Neste caso, tome cuidado para não morrer vítima de algum problema “varrido para debaixo do tapete” e virar estatística – ou nem isso!
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