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De acordo com o relatório aprovado pelo colegiado, “não há qualquer dúvida de que o senador Delcídio do Amaral abusou de sua prerrogativa constitucional”. Em seu voto, o relator argumentou que o colega desrespeitou o Código de Ética e Decoro Parlamentar.
Delcídio foi preso em 25 de novembro do ano passado depois de ser flagrado em uma conversa com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, discutindo um plano para obstruir as ações da Operação Lava Jato. A defesa de Delcídio diz que ele foi vítima de uma “chantagem explícita” para ajudar Cerveró.
Por cinco oportunidades o senador não compareceu às reuniões do Conselho de Ética para se defender pessoalmente das acusações. Para o senador Otto Alencar (PSD-BA), “seria importante a presença de Delcídio do Amaral. Posso afirmar que ele jamais seria hostilizado pelos colegas senadores. O melhor advogado para defendê-lo seria ele próprio”.
Nas alegações, a defesa diz que Delcídio foi “explorado para benefício de terceiros”, citando o ex-presidente Lula. Segundo os advogados, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró recebeu R$ 250 mil do pecuarista José Carlos Bumlai, “por interferência do ex-presidente Lula”. O texto diz que Lula “pediu expressamente” para que Delcídio ajudasse Bumlai, amigo do ex-presidente.
Nas contas do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o processo de Delcídio deve chegar ao plenário no final do mês de maio. “A tendência é que o relator da CCJ acompanhe o relatório aprovado pelo Conselho de Ética. Espero que antes do final deste mês o Plenário do Senado possa apreciar o processo relativo ao senador Delcídio do Amaral”, disse Randolfe.
PublicidadeCaso perca o mandato, e consequentemente o foro privilegiado, Delício será julgado em primeira instância pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato em Curitiba (PR), na primeira instância.
Veja como votaram os senadores presentes do Conselho de Ética:
José Pimentel (PT-CE) – sim
Regina Sousa (PT-PI) – sim
Lasier Martins (PDT-RS) – Sim
Paulo Rocha (PT-PA) – sim
João Alberto (PMDB-MA) – abstenção
Otto Alencar (PSD-BA) – sim
Sérgio Petecão (PSD-AC) – sim
Davi alcolumbre (DEM-AL) – sim
Aitaídes de Oliveira (PSDB-TO) – Sim
Dalírio Beber (PSDB-SC) – sim
Randolfe Rodrigues (REDE-AP) – sim
João Capiberibe – sim
Douglas cintra (PTB-PE) – sim
Telmário Mota (PDT-RR) – sim
Romero Jucá (PMDB-RR) – ausente