Rudolfo Lago
Depois de fechar o ano de 2009 de posse da “tríplice coroa” da premiação jornalística brasileira, o Congresso em Foco concorre este ano para conquistar seu primeiro prêmio internacional. No ano passado, a série de reportagens do site sobre a “farra das passagens aéreas” do Congresso Nacional garantiu ao site o Prêmio Embratel de Investigação Jornalística e foi fundamental para que o Congresso em Foco recebesse o Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa. O site recebeu ainda a menção honrosa do Prêmio Vladimir Herzog com a série “Deputado Luiz Couto, o padre censurado pela Igreja Católica.
Agora, a mesma série da farra das passagens coloca o Congresso em Foco como autor de uma das 48 melhores reportagens de investigação política realizadas no ano passado em todos os países da América Latina. Nos dias 3,4,5 e 6 de setembro, essas reportagens serão exibidas por seus autores na Conferência Latinoamericana de Jornalismo Investigativo 2010, que será realizada em Buenos Aires (Argentina). A conferência é organizada pelo Instituto Prensa y Sociedad, com sede em Lima, no Peru. As reportagens selecionadas concorrem ao Prêmio Latinoamericano de Jornalismo de Investigação.
A série sobre a farra das passagens será apresentada na Mesa “Investigando o Parlamento”. Além do Congresso em Foco, representarão o Brasil na conferência os jornalistas Lúcio Vaz, do Correio Braziliense, com a reportagem “O artificial Programa de Aceleração do Crescimento”; Rosa Costa, do Estado de S.Paulo, com “Os atos secretos do presidente do Senado José Sarney”, e Leonêncio Nossa, também do Estado de S.Paulo, com “A matança da Guerrilha do Araguaia”.
A partir de 16 de março do ano passado, o Congresso em Foco começou a mostrar ao país que deputados e senadores de todos os partidos, líderes de bancada, ministros, ex-parlamentares, integrantes da Mesa Diretora, como o presidente da Câmara, todos usavam como queriam passagens aéreas pagas com dinheiro público. Até artistas de TV, como Adriane Galisteu, e cantores gospel foram transportados com a cota parlamentar. Pelo menos 261 congressistas viajaram para o exterior.
As revelações mostraram que até o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, voou para o exterior com recursos públicos. As investigações mostraram que ele foi vítima de um esquema, pelo qual 44 servidores da Câmara foram processados administrativamente outros seis deputados, investigados.
Como efeito da série de reportagens, parlamentares devolveram o dinheiro, Senado e Câmara mudaram as regras de uso de passagens para reduzir as despesas e, ao mesmo tempo, perdoar as práticas do passado, consideradas irregulares pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União.
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