O Congresso Nacional deve criar uma comissão externa formada por deputados e senadores para acompanhar as investigações sobre o ataque aos indígenas da tribo Gamela, em Viana, no Maranhão, assim como o assassinato de nove agricultores em Colniza, em Mato Grosso, há dez dias. O pedido de criação do colegiado será apresentado nesta terça-feira (2) pelos líderes da Rede Sustentabilidade na Câmara, Alessandro Molon (RJ), e no Senado, Randolfe Rodrigues (AP).
Em nota, a Executiva do partido cobrou a apuração dos crimes, que envolvem disputas por terra, e a responsabilização dos acusados para que casos semelhantes não voltem a se repetir. “A situação é muito grave e a Rede Sustentabilidade exige imediata atuação do governo federal através de seus diversos órgãos, inclusive Ministério da Justiça, Funai, Policia Federal e Secretaria de Direitos Humanos. Esta absurda violação de direitos humanos precisa ser severamente apurada e os responsáveis punidos”, afirma o partido.
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Na tarde de domingo (30), um grupo Gamela foi brutalmente atacado no povoado de Bahias, município de Viana. Os indígenas decidiram se retirar de uma área tradicional retomada e, enquanto saíam, sofreram uma investida de dezenas de homens armados de facões, paus e armas de fogo. Eles pouco puderam fazer em defesa própria a não ser correr para a mata. Um carro de polícia estava junto ao grupo de fazendeiros e capangas antes da ação violenta, conforme relato do Conselho Missionário Indigenista (Cimi), ligado à Igreja Católica.
Pelo menos cinco indígenas feridos em estado grave foram internados no hospital Socorrão 2, Cidade Operária, em São Luís. Um deles levou dois tiros. Outro teve as mãos decepadas a golpes de facão, na altura do punho, e outro, além das mãos, teve os joelhos cortados nas articulações. Os dois ainda permanecem internados em estado grave. Outros 13 foram feridos com golpes de facão e pauladas. Os dados ainda são parciais.
O Ministério da Justiça anunciou ontem o envio da Polícia Federal ao Maranhão para garantir que os conflitos não se repitam no estado e a abertura de inquérito para apurar os ataques aos indígenas. Ontem a pasta divulgou duas notas sobre o assunto. Na primeira, afirmou que o caso envolvia “pequenos agricultores e supostos indígenas”. Em seguida, mandou nova versão, retirando a expressão “supostos indígenas”.
O comando da Fundação Nacional do Índio está reunida nesta manhã, em Brasília, para definir que providências vai tomar em relação ao massacre no Maranhão.
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