Ao final de seu discurso, o ex-governador de Rondônia declarou-se favorável ao impeachment de Dilma. Justificou que ela deveria ter seguido seu exemplo no estado: quando foi vítima de chantagem por parte da Assembleia Legislativa de Rondônia, relatou o senador, denunciou todo o esquema de corrupção em questão. Para ele, Dilma deveria feito o mesmo em relação a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara ameaçado de perder o mandato, e denunciado a noticiada chantagem do peemedebista a três petistas no Conselho de Ética na Câmara, com o objetivo de que eles o salvassem da cassação com seus votos. Nada feito, e Cunha deve enfrentar julgamento em plenário no próximo dia 12 de setembro.
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“Acredito em Deus e na minha inocência”, disse Cassol. “Não houve desvio […], nunca neguei que estou sendo julgado, mas não me envergonho. Faria tudo de novo”, concluiu em discurso diante do presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, que conduz o julgamento do impeachment. O senador afirmou que, após as denúncias contra o Legislativo rondoniense, é obrigado a andar com seguranças 24 horas por dia e tem sido ameaçado, assim como sua família.
Segundo o julgamento no Supremo, Cassol direcionou licitações a cinco empresas de conhecidos na década de 1990, quando era prefeito de Rolim de Moura (RO). Atualmente, é o senador com mais pendências no Supremo: são dez ao todo. Além do recurso, é réu em duas ações penais (562 e 891) por calúnia e corrupção eleitoral. Cassol ainda é alvo de outros seis inquéritos (3158,2828, 3742, 3614, 3820 e 3961) por peculato, improbidade administrativa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, contra o sistema financeiro e contra a Lei de Licitações.