Uma semana após o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes, Mônica Benício e Anielle Silva, companheira e irmã de Marielle, respectivamente, estiveram na Câmara dos Deputados, em Brasília, para um ato pelo Dia Nacional do Direito à Verdade nesta quinta-feira.
“As autoridades brasileiras competentes não devem só a mim uma satisfação do que aconteceu com a minha mulher, porque isso não vai trazer ela de volta. Mas devem ao mundo, o respeito e a satisfação do que aconteceu nesse crime bárbaro”, cobrou Mônica Benício.
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“O Brasil precisa e necessita que esse crime seja esclarecido. Não pode ficar impune. Enquanto muitos outros ficaram impunes, esse não pode. Não é porque é minha irmã. Não é isso. Não quero colocar ninguém no pedestal, não é isso. Quero dizer que foi uma covardia. Que foi uma barbaridade e que a gente precisa que isso acabe. É mais amor e respeito. É o mínimo que o ser humano merece”, ressaltou Anielle.
A irmã da vereadora ressaltou que o assassinato de Marielle era a única forma de calá-la. “Um crime covarde, um crime muito bem feito, mas que a gente espera e urge por Justiça. Eu acredito que ninguém, nem quem fez, esperava essa repercussão toda”, destacou.
Além de Marielle, a sessão homenageou ainda os 434 desaparecidos durante o regime militar. A sessão marcou a primeira celebração no Brasil do Dia Internacional do Direito à Verdade sobre Graves Violações aos Direitos Humanos e da Dignidade das Vítimas, instituído pela Nações Unidas no dia 24 de março. A data foi incluída no calendário brasileiro de datas comemorativas pela Lei 13.605/18, de autoria da deputada Luiza Erundina (Psol-SP), que presidiu a sessão.
PublicidadeA vereadora e seu motorista foram assassinados a tiros na última semana (quarta-feira, 14), no Rio de Janeiro. Socióloga, Marielle compôs o diminuto grupo de 32 mulheres negras eleitas vereadoras em capitais brasileiras, no pleito de 2016. Foi a quinta vereadora mais votada do estado do Rio já em sua primeira disputa nas urnas. Aos 38 anos, deixou uma filha de 19 e um legado de militância pela igualdade, pela diversidade e pelos direitos de negros e populações vulneráveis.
Contrária à intervenção federal decretada pelo presidente Michel Temer na segurança pública do Rio, Marielle foi designada para relatar os trabalhos da comissão parlamentar que acompanhará as ações militares no combate ao crime. A vereadora fazia críticas recorrentes aos excessos policiais e vinha denunciando a relação entre milícias e a chamada “banda podre” das polícias. Para os investigadores envolvidos no duplo homicídio, a hipótese mais provável é execução.
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